O MPF-ES (Ministério Público Federal no Espírito Santo) denunciou nesta sexta-feira, 24, cinco pessoas por suspeita de envolvimento no transporte de 445 quilos de pasta-base de cocaína no helicóptero da Limeira Agropecuária, empresa do deputado estadual por Minas Gerais Gustavo Perrella (SDD), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG). A aeronave foi apreendida em novembro do ano passado no município de Afonso Cláudio, sul do estado. Além do piloto da aeronave, Rogério Almeida Antunes, foram denunciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, os responsáveis por descarregar o helicóptero Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza, e o dono da propriedade que servia de base para a organização, Elio Rodrigues. A Procuradoria pediu, ainda, o desmembramento do inquérito, uma vez que o proprietário da aeronave tem foro privilegiado.
Para o MPF, não restam dúvidas de que os denunciados se associaram para importar de forma rotineira cocaína do Paraguai para o Brasil. Segundo a denúncia, Rogério foi convidado a participar do esquema por Alexandre. Ele ganharia R$ 50 mil para fazer o translado, saindo de Belo Horizonte às 7h e retornado às 18h. Se condenados, os cinco podem pegar de cinco a 15 anos de prisão por tráfico de drogas, três a 10 anos por associação ao tráfico de drogas e ainda ter um aumento de pena em até dois terços por tráfico internacional, já que a droga foi trazida do Paraguai.
A Procuradoria da República no Espírito Santo pediu, ainda, o desmembramento do inquérito e a remessa de cópias ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), observando o foro privilegiado a que tem direito Gustavo Perrella. O procurador da República Fernando Amorim Lavieri, autor da denúncia, frisou que a remessa das peças para o TRF2 não implica uma opinião negativa sobre a participação do parlamentar nos fatos. A decisão apenas reconhece que não cabe a um membro do MPF que atua perante órgãos de primeira instância analisar a questão.
A PF (Polícia Federal) no Espírito Santo divulgou em dezembro uma nota em que afasta o envolvimento do deputado e do senador com o episódio. Segundo a nota, "as investigações apontam envolvimento isolado do piloto da empresa com o outro piloto preso, que seria a pessoa com vinculação direta à quadrilha proprietária da droga".
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