A executiva estadual do PMDB no Paraná decidiu, na noite desta segunda-feira, dissolver 72 diretórios municipais do partido onde a legenda não elegeu 10% dos vereadores.
Entre os diretórios destituídos está o de Curitiba, presidido pelo senador Roberto Requião, que perdeu a convenção estadual da legenda em dezembro do ano passado para o deputado federal Osmar Serraglio, representante da ala do partido que defende a aproximação com o governo Beto Richa (PSDB).
A possibilidade de dissolução dos diretórios que não alcançarem 10% dos vereadores em seus municípios está prevista em resolução do diretório estadual do partido, publicada em abril do ano passado, antes das eleições municipais. "Nós só cumprimos o que diz a resolução 01/2012", disse o secretário-geral do partido, ex-governador Orlando Pessuti.
"Este tema vem sendo discutido nas reuniões do partido desde o mês de março deste ano. No dia de ontem, por unanimidade dos presentes, a decisão foi de intervenção nos diretórios municipais onde o PMDB não elegeu pelo menos 10% dos vereadores", reforçou, salientando que foram preservados os diretórios onde, apesar de não ter a cota, o PMDB conseguiu eleger prefeito ou vice-prefeito, como o de Maringá, por exemplo.
Requião reage
O senador Requião classificou a decisão da Executiva como mais um golpe contra o próprio partido e disse que quem comanda o PMDB do Paraná hoje não é peemedebista de verdade. "Os deputados adesistas que estão no PMDB na verdade verdadeira nunca fizeram parte da nossa tripulação. Nunca tiveram relação com o PMDB histórico, com as lutas do nosso partido em defesa da nação brasileira, da preservação do Estado do Paraná", criticou.
Requião, que publicou um pronunciamento em sua página na internet, lembrou que o insucesso do PMDB nas eleições municipais de Curitiba também é responsabilidade dos atuais dirigentes estaduais do partido, que, segundo ele, trabalharam para outros candidatos. "Nas últimas eleições trabalharam contra o partido. Apoiaram candidatos de outros partidos. Em Curitiba apoiaram o Luciano Ducci (PSB), tendo, por exemplo, o Pessuti até lançado o seu filho como candidato a vereador pelo PSC do Ratinho. Não estavam com o partido, não estavam junto conosco", afirmou.
“É o começo do fim do PMDB. Ou é o começo de uma reação dos verdadeiros e históricos peemedebistas para dizer ‘este partido tem dono, tem tripulação’. Os peemedebistas históricos que o construíram ao longo do tempo. Será que escutaremos ou não o grito de negação ao adesismo à fisiologia?", concluiu o senador.
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