O Norte do Brasil registrou 74,2% de queda no número de contratações do Fundo de Financiamento Estudantil entre os períodos de janeiro de 2017 e novembro de 2018. No ano passado, a região foi responsável por 20.774 adesões ao Fies e, este ano, apenas 5.367.O Tocantins fechou apenas 537 contratos este ano e 2.078 em 2017. O estado apresentou variação negativa de 74,2%.
O Pará teve a maior taxa de queda da região norte, ficando 76,9%. Foram apenas 1.954 acordos com o Fies em 2018 contra 8.466 no período do ano anterior. O Acre aparece em segundo lugar com uma diminuição de 74,5%. O Amapá registrou 70,1% e, entre os sete estados, Roraima e Rondônia obtiveram as menores variações, de 68,8% e 61,1% respectivamente.
De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2017 houve 170.842 adesões ao financiamento no Brasil, com destaque para os meses de fevereiro (64.707), março (43.321) e agosto (35.767), períodos de maior contratação que coincidem com o início dos semestres letivos. Em 2018, o número total de contratos caiu para 45.862 – uma variação negativa de 73,2%. Nenhum financiamento foi fechado em fevereiro deste ano. A maior quantidade foi negociada em março (12.572) e, em seguida, no mês de junho (10.744). Os dados foram coletados até novembro de 2018, com destaque para apenas 38 contratos sem período especificado.
Saiba mais: quem pode participar do Fies
Dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) sinalizam que apenas 80,3 mil vagas do Fies foram preenchidas entre as 310 mil ofertadas em 2018. O número corresponde a apenas 26% da meta estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC) para o período.
Renegociação do Fies
“Se trata de um financiamento e, hoje em dia, a gente evita ao máximo ficar com dívidas. Para mim, o Fies seria uma dívida praticamente eterna”, avalia a estudante Leila Silva de Oliveira, de 42 anos, que não considerou a alternativa para dar início à faculdade de Administração.Devido às dificuldades encontradas pelos estudantes para quitar o Fies, o saldo devedor do financiamento alcançou a quantia de R$ 10 bilhões até o primeiro semestre de 2018. Na ocasião, eram 453 mil inadimplentes em um total de 2,7 milhões de contratos firmados até o período, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Segundo o órgão, havia mais de 500 mil alunos com mais de 90 dias de atraso no pagamento até outubro de 2018.
Leila Silva de Oliveira buscou diversas oportunidades. “Eu considerei o Educa Mais por indicação de uma amiga, que está fazendo o curso. A bolsa de estudo é realmente mais viável para mim do que o Fies”, destaca. O Educa é o maior programa educacionaldo país e concede descontos de até 70% na mensalidade da graduação. Não há a exigência de comprovação de renda. Cabe ao estudante selecionar o curso desejado e a localidade, a modalidade de ensino (presencial, semipresencial ou EAD) e o percentual de desconto desejado.
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