Operação da PF no Cais Mauá investiga irregularidades na gestão Icla Trust

Operação Gatekeepers cumpre nove mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e no Rio de Janeiro

um dos endereços que tiveram busca da Polícia Federal, em Porto Alegre
Descrição: um dos endereços que tiveram busca da Polícia Federal, em Porto Alegre Crédito: Divulgação

Na manhã desta quinta-feira, 19, a Polícia Federal deflagrou a Operação Gatekeepers, em Porto Alegre (RS). A ação da PF investiga supostas fraudes relacionadas a fundo de pensão que, até fevereiro passado, era o responsável por gerenciar os recursos para a obra de revitalização do Cais Mauá, em Porto Alegre. O Instituto de Previdência Social do Município de Palmas (PreviPalmas) chegou a investir R$ 30 milhões neste Fundo.

 

Segundo apuração feita por veículos de comunicação do Rio Grande do Sul, o fundo investigado é a ICLA Trust, com sede no Rio de Janeiro (RJ).

 

Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão (cinco em Porto Alegre e quatro no Rio de Janeiro), além de ordem de busca e apreensão de três veículos em Porto Alegre e bloqueio de ativos em nome de 20 pessoas físicas e jurídicas, sendo investigados crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem de dinheiro. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal de Porto Alegre.

 

A investigação teve origem em 2013, com a apuração de aportes feitos por um fundo de previdência privada gaúcho em um fundo de investimentos. Este último aplicava os valores em empresas de construção civil sem que houvesse a devida execução de obras públicas.

 

No decorrer da investigação, identificaram-se ligações do grupo com obras de revitalização urbana em Porto Alegre. São investigadas possíveis movimentações de recursos para pessoas ligadas à administração, inclusive com a aquisição de bens de alto valor, como veículos de luxo.

 

O termo Gatekeeper, além do significado em inglês “porteiro” ou até mesmo “guardião”, também tem uso no mercado financeiro, estando ligado a pessoas ou instituições de credibilidade que atuam em processos de análise de conformidade, verificação e certificação.

 

Cais Mauá

 

No recente lançamento do começo das obras, em março, houve a oficialização de que novos gestores estavam entrando na composição societária, saindo a NSG Capital, que geria fundo de investidores. A Reag, um dos maiores fundos de investimento do Brasil, assumiu a gestão do fundo.

 

PreviPalmas

 

"A Prefeitura de Palmas esclarece que a Operação Gatekeepers não tem como alvo o PreviPalmas. Informa ainda que os recursos aplicados no projeto Cais Mauá pelo PreviPalmas estão atualmente sob a gestão da Administradora Reag. Quanto à antiga admnistradora ICLA, a Prefeitura já ingressou com ação judicial e procedeu a abertura de Tomada de Contas Especial para apuração dos fatos", declarou a Prefeitura de Palmas em nota encaminhada à imprensa mais tarde. 

 

REAG

 

A Reag Investimentos informou por meio de nota à imprensa que assumiu a administração e gestão do  Fundo de Investimento em Participações Cais Mauá do Brasil Infraestrutura a partir de 26 de fevereiro de 2018  e a administração da empresa Cais Mauá a partir de 20 de março de 2018. "Os fatos que estão sendo investigados pelas autoridades são anteriores a esse período e não têm nenhuma relação com a atual gestão do fundo. Dentro deste novo cenário, a Reag está analisando as medidas que poderão ser tomadas em relação ao projeto", completou.

 

(Com informações do Jornal do Comércio e da Polícia Federal)

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