Policiais federais questionam execução do plano de segurança da Copa

Policiais federais argumentam que a preocupação com a segurança de grandes eventos ainda não saiu do papel. Categoria alega falta de estrutura e salários defasados.

Felipe Jaime, presidente do Sinpef-TO
Descrição: Felipe Jaime, presidente do Sinpef-TO Crédito: Lourenço Bonifácio

A segurança é uma das principais preocupações governo nos grandes eventos que começam neste mês no Brasil, como a Copa das Confederações, Copa do Mundo, em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

Mas no entender dos policiais federais, esta preocupação por parte do governo ainda está só no discurso e não saiu do papel. Mesmo diante desta situação a categoria não cogita movimento grevista, mas fará diversas manifestações para expor a realidade da Polícia Federal, com implementação de uma agenda positiva com compromisso patriótico.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policias Federais no Tocantins (Sinpef-TO), Felipe Jaime, a preocupação da categoria é com o legado que os grandes eventos vão deixar para o Brasil no setor da segurança. “Entendemos que os grandes eventos deixam também como benefícios toda a infraestrutura, como equipamentos públicos, as obras que são feitas para receber a competição e principalmente a integração institucional entre os principais órgãos policiais e de inteligência . Mas no caso da Polícia Federal e da Segurança Pública em um contexto amplo não vislumbramos estes benefícios”, argumenta, Felipe Jaime.

Precarização

O presidente do Sinpef-TO denuncia que nos últimos anos o governo vem promovendo uma precarização do trabalho da Polícia Federal, principalmente através da terceirização de alguns serviços que eram executados pela PF, como controle nos portos e aeroportos, não contratação de efetivo de policial suficiente para repor os quadros, falta de um plano de carreira que atenda as necessidades da categoria e defasagem salarial. “Mesmo assim a Polícia Federal tem se destacado nas investigações e em grandes operações de combate ao crime organizado, o que demonstra que se houvesse maior valorização e investimentos em condições de trabalho, os resultados poderiam ser muito melhores”, argumentou Felipe Jaime.

O líder sindical denuncia ainda que diversas funções da Polícia Federal estão sendo atribuída para outras forças, com Força Nacional de Segurança e Exército, que deveriam trabalhar em harmonia, cada qual exercendo suas funções constitucionais. “Agora o governo anuncia o treinamento de seguranças privados para trabalhar durante as competições. Após o evento estes seguranças serão desmobilizados e não ficará como legado para o sistema de segurança pública”, avalia Felipe.

Defasagem salarial

O presidente do Sinpef-TO argumenta que os policiais federais enfrentam uma grande defasagem salarial. É a categoria que teve a menor reposição em seus salários nos últimos dez anos. Enquanto um técnico da Receita Federal, por exemplo, recebeu 501% de reajuste salarial em dez anos, os policias federais receberam apenas 83% no mesmo período. “Este também é uma maneira de não promover o serviço da Polícia Federal”, argumentou Felipe Jaime.

 

O presidente do Sinpef-TO destaca no entanto que o Brasil tem condições de realizar os grandes eventos com toda a segurança tanto para os brasileiros quanto para os turistas. “Mas estamos preocupados porque, se continuar da forma como o assunto vem sendo tratado, após o evento, vamos continuar com as mesmas dificuldades para exercermos nosso trabalho”, finalizou.

 

 

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