Em missão oficial à Arábia Saudita, a ministra Kátia Abreu apresentou a empresários e autoridades do país o potencial na produção de grãos e de peixe do Matopiba (região formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Destacou ainda oportunidades de investimentos em infraestrutura que vão reduzir o custo de produção e facilitar o escoamento de produtos agropecuários pela região Norte.
Ao ministro da Agricultura do Reino da Arábia Saudita, Abdulrahman Al Fadhly, Kátia Abreu afirmou que o governo brasileiro voltou atenção especial ao Matopiba desde a publicação do decreto – assinado em maio deste ano pela presidente Dilma Rousseff – que delimita a área territorial da região.
A ministra também apresentou o potencial e as oportunidade de investimento no Matopiba a grandes tradings e empresas voltadas para o ramo de alimentação na Arábia Saudita: Almunajem, Arasco e Salic. Ela presenteou os empresários com um jogo de damas cujas peças, confeccionadas por artesãs tocantinenses, são feitas de capim dourado – espécie típica do Jalapão.
“Acompanhar de perto essa região e seus produtores se tornou uma política de Estado”, afirmou a ministra. “Trata-se de uma das últimas fronteiras agrícolas em franca expansão no Brasil e no mundo. Estamos muito animados e otimistas com o Matopiba, que já responde por 10% de toda a produção nacional de grãos”, completou.
Com a perspectiva do governo árabe de reduzir a produção própria de grãos a fim de evitar consumo de água na agricultura – dada a escassez vivida na região -, o Matopiba figura como uma “excelente oportunidade de negócios”. Dos 73 milhões de hectares, 35 milhões são destinados ao plantio.
A região também tem alto potencial para pesca e aqüicultura, com destaque para o novo centro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Tocantins, voltado para o setor. O Mapa desenvolverá em parceria com a Embrapa um grande programa para ampliar a produção de peixe no país e poderá sair da condição de importador para se tornar exportador.
A Arábia Saudita, de acordo com ela, pode ser um parceiro do Brasil no projeto. “Temos 12% da água doce do planeta e 8,5 mil quilômetros de costa marítima, mas somos importadores de peixe”, observou Kátia Abreu. “Temos peixes saborosos e da maior qualidade. Essa é uma grande cooperação que podemos firmar”, disse.
Infraestrutura
Os empresários e as autoridades que se reuniram com a ministra quiseram saber o que o governo brasileiro tem feito para melhorar a logística de escoamento da produção agropecuária. A ministra apresentou as principais concessões previstas pelo Programa de Investimento em Logística do governo federal, com destaque para as obras de infraestrutura do chamado arco norte.
A Região Norte, acima do paralelo 16, concentra 56% de toda a produção de grãos, disse a ministra. Porém, a logística para escoamento dos alimentos vindos dali não acompanhou a mudança geográfica da produção e ainda se concentra nos portos das regiões Sul e Sudeste.
O governo brasileiro trabalha para inverter a lógica do escoamento dos grãos e, para isso, procura atrair investimento privado. “Queremos que o Arco Norte seja objeto de análise e de interesse dos investidores”, afirmou a ministra, lembrando que, em menos de três anos, já existem 47 terminais de uso privativo construídos ou em construção, evidenciando a grande demanda do setor.
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