A denúncia foi realizada pelo presidente da Associação da Comunidade Quilombola Rural Malhadinha, José Ribeiro de Sousa Neto (Irmão Zé), que disse que os alunos da zona rural assistiam todos os dias apenas meio dia de aula porque não havia ônibus para transportá-los à escola que é de tempo integral, pela manhã.
“O Estado mudou o horário do colégio estadual para tempo integral, mas não leva os alunos no horário certo para a escola. Todos os dias eles perdem cinco ou seis aulas do período da manhã porque não tem carro para levar”, contou Irmão Zé. Segundo ele, o prefeito do município já foi procurado, mas alega que não tem condições de fazer nada.
O ônibus que leva cerca de 45 alunos para a Escola Estadual Padrão de Brejinho de Nazaré é o mesmo que leva os 200 alunos da rede municipal de ensino, no entanto, os alunos do município só entram na escola no período vespertino. “Eles pegam carona no ônibus do município”, disse Irmão Zé.
Ainda de acordo com o presidente da associação, a Prefeitura disse que não tem condições financeiras de manter os gastos com combustível e, consequentemente, os alunos estão prejudicados. “Já mandei até uma solicitação para o secretário da Educação, [Danilo de Melo Souza], mas não tive resposta. A direção do colégio também diz que não pode fazer nada, só pede para fazer os trabalhos. Agora eu pergunto como é que um aluno tem condição de fazer trabalho sem ir à aula?”, questionou.
Prefeitura
Procurado pala redação do T1 Notícias, o prefeito de Brejinho de Nazaré, Luís Antônio Alves, disse que “o município faz o que pode, mas não dá conta de arcar com os custos de combustível e motorista para mais quatro ônibus transportar os alunos da rede estadual”.
Ele conta que o problema começou em agosto de 2013, com a mudança no horário da escola, e que mesmo disponibilizando um ônibus que recebeu do Estado para levar os alunos, não consegue atender todos os estudantes. “Antes nós dávamos um jeito e trazíamos todos os alunos da zona rural para a cidade, mas com a mudança no horário eu teria que disponibilizar mais quatro ônibus para atender cinco regiões”, contou.
Luís Antônio disse ainda que mandou um ofício para a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) solicitando ajuda para arcar com os custos do combustível e pessoal para transportar os alunos da rede estadual. Mas, segundo o prefeito, o órgão respondeu que ainda estava analisando a situação.
“Não é que a gente não queira fazer, mas a situação é difícil”, justificou o prefeito. Ainda segundo ele, hoje a Prefeitura tem cinco ônibus para transportar cerca de 200 alunos da rede municipal de ensino mais os 45 da rede estadual.
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