Após júri, família da professora Isabel acha injusta absolvição de um dos mandantes

O assassinato da professora Isabel Barbosa, ocorrido em junho de 2009, foi a júri nesta quinta-feira, 29, no Fórum de Xambioá

Crédito: Divulgação

A sessão do Tribunal do Júri sobre o assassinato da professora Isabel Barbosa Pereira, crime que causou grande repercussão em junho de 2009, no município de Xambioá, foi concluída na madrugada de quinta-feira, 28, no Fórum da cidade, após 21 horas de julgamento. 

 

O Conselho de Sentença acolheu as teses de acusação do Ministério Público do Tocantins (MPTO) e condenou Jenner Santiago Pereira por homicídio triplamente qualificado, ficando reconhecido que ele agiu como mandante do assassinato.  "Foi imposta a Jenner Santiago pena de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado", explicou o Ministério Público, em material encaminhado à imprensa. 

 

Na sessão do Tribunal de Júri, também foi julgado Vilmar Martins Leite. O corpo de jurados reconheceu sua participação como mandante do crime de homicídio, mas votou pela absolvição. Ele está com 87 anos de idade e encontra-se recolhido em prisão domiciliar, em decorrência de seu estado de saúde.

 

Para a família da vítima, a absolvição de Vilmar Leite é injusta, uma vez que os jurados concluíram ser ele um dos autores. "Há 12 anos aguardávamos por um desfecho a altura da barbaridade cometida contra a Isabel, nada mais justo que vermos os mandantes do crime também serem condenados, como também foram os executores. O Júri realizado na última quarta-feira, 27, foi desgastante a todos os familiares que estavam presentes. Nós, familiares da vítima, iremos recorrer da decisão dos jurados, uma vez que a justiça não foi feita por completa", destacou Ubiratan Rebello, pai dos filhos da vítima.

 

A acusação na última sessão do Tribunal do Júri foi sustentada pelo promotor de Justiça Saulo Vinhal da Costa, com assistência do advogado Nile William.  Acerca da atuação, Rebello destacou o trabalho de excelência do promotor Saulo Vinhal, assim como do advogado Nile Wiliam. "Graças ao destemor e brilhantismo destes personagens, parte da justiça chegou a ser feita", finalizou Rebello.

 

Entenda o caso

 

De acordo com o Ministério Público, Isabel foi atacada em um terreno baldio, sendo estuprada, agredida com vários socos e tendo sua cabeça empurrada contra a parede; as lesões provocaram a sua morte. A professora teria sido assassinada para que não delatasse um crime, por ser conhecedora de que seu marido à época, Sérgio Mendes, teria recebido dinheiro para depor contra o então prefeito de Xambioá, acusando-o de compra de voto.

 

Na mesma sessão, foi julgado ainda Clênio da Rocha Brito, não sendo reconhecida pelos jurados a sua participação no crime. Em julgamentos anteriores, cinco pessoas que participaram do homicídio foram condenadas, incluindo os dois executores.

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