Armadilhas capturam em novembro mais de oito mil ovos do mosquito da dengue

Mecanismo foram instalados em várias quadras e setores da Capital, mas não substitui a vistoria que cada morador deve fazer em sua casa, pois a maioria dos criadouros estão em residências

Crédito: Gabriela Letrari/Ascom Semus

A Prefeitura de Palmas capturou 8.114 ovos do Aedes aegypti neste mês de novembro com a instalação de 272 ovitrampas nas residências. Os materiais foram distribuídos em várias quadras e setores na região norte, central e sul da Capital para monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). As armadilhas permitem avaliar e monitorar o nível de infestação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya e, assim, mapear criadouros e definir ações de combate.

 



As ovitrampas vêm sendo instaladas mensalmente, em diferentes regiões de Palmas, pelos agentes de combate às endemias (ACEs), capacitados pela equipe da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ). A armadilha consiste em um recipiente preto (tipo vaso) e uma palheta de madeira, onde é adicionado uma mistura de água e levedura de cerveja para atrair a fêmea do mosquito a depositar os ovos neste material.

 



“Mesmo que a captura seja para monitoramento, ela acaba sendo muito positiva também para o combate da proliferação do mosquito porque, atraindo as fêmeas para fazer esse depósito em local e coletamos ele antes da eclosão dos ovos, evitamos que este quantitativo ‘nasça’ e se torne um transmissor das doenças. Somente neste mês foram mais de oito mil mosquitos a menos”, destacou um dos biólogos responsáveis pela pesquisa, Anderson Brito.

 



Regiões com até 300 ovos por palheta

Durante o monitoramento, que está sendo feito desde o ano passado, foi possível observar diferenças significativas na quantidade de ovos entre os bairros visitados. Enquanto algumas palhetas apresentaram zero ovos, outras ultrapassam 100 e, em períodos de chuvas, já foram registrados pontos com mais de 300 ovos em uma única palheta. Essa variação reforça a importância do estudo para identificar áreas com maior risco de transmissão das arboviroses.

 



A bióloga da Semus Ocleia de Sousa Rodrigues destaca que esse comportamento é resultado da própria estratégia de sobrevivência do Aedes aegypti. “A fêmea distribui seus ovos em criadouros diferentes para aumentar as chances de continuidade da espécie”.

 



População é peça-chave no combate

Mesmo com as ações de combate desenvolvidas pela Prefeitura, como os principais criadouros ficam dentro das residências, a população segue sendo peça-chave para acabar com a proliferação do mosquito. A recomendação é que cada família mantenha a vistoria semanal dentro das casas e quintais para eliminar recipientes que possam acumular água limpa e parada.

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