A Praça dos Povos Indígenas, na região Norte de Palmas, ganhará novos traços e cores da etnia Xerente feitos pelas mãos do artista Adriano Alves e dos seus alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Católica do Tocantins. A intervenção artística acontece nesta próxima terça-feira, 22, no período da tarde das 14 às 18 horas.
A pista de skate da praça com de 600 m² receberá traços, formas e elementos do povo Xerente. “Faremos um tributo que tem como inspiração a cultura e a sabedoria dos índios Xerente”, explica o artista e idealizador do projeto Adriano Alves.
De acordo com Adriano, a praça leva o nome dos Povos Indígenas, mas em sua arquitetura faltou elementos que lembrem as tradições e a riqueza dos índios. “Por meio da arte urbana queremos dar uma nova cara para a pista de skate do espaço de entretenimento, e ao mesmo tempo, através da grafitagem com desenhos, expressar a cultura deste povo”, relata o idealizador.
Com autorização da Prefeitura de Palmas, a área que é ponto de encontro para muitos skatistas terá um ambiente mais harmônico. O artista contará com o apoio dos universitários de arquitetura que cursam a disciplina Desenho de Expressão e Observação e e Arte e Estética I e II . “Fiquei muito contente pelo envolvimento que os alunos estão tendo e também pela autorização que a Prefeitura de Palmas concedeu para poder expressar o verdadeiro sentido do nome dado ao lugar”, lembra o professor acrescentando que “tudo isso se tornou ainda mais gratificante pelo fato de cultivar a memória e a história viva da cultura do povo Xerente.”
A obra deve terminar até o final desta semana. Enquanto isso, os frequentadores podem acompanhar o passo a passo do processo. A pintura faz parte de uma das oficinas oferecidas dentro da II Semana de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Católica do Tocantins.
Os Xerente
O povo Xerente mantém contato com os não-índios há 250 anos. Mesmo mantendo essa relação, os Xerente conseguem manter e expressar suas tradições, mostrando para a população a riqueza de sua cultura.
Os Xerente junto com os Xavante e Xakriabá são classificados como Jê Centrais, e se localizam no município de Tocantínia , cerca de 70 km ao norte da Capital, Palmas. Em meados do século XIX, ao norte da cachoeira Funil, nas margens do rio Tocantins, encontrava-se o território dos Akwe Xerente. Eles viveram a experiência de Thereza Cristina (um aldeamento, fundado em 1851 por um frei italiano; hoje o local é conhecido como Tocantínia).
Modos de subsistência
Os Xerente aproveitam seu território através da caça e da coleta, tendo associado à agricultura complementar. Portanto, o território sempre foi à condição básica da subsistência. As atividades de pesca, caça e coleta estão intimamente ligadas com o grande conhecimento que o povo Xerente tem da natureza. O povo Xerente também tem conseguido no artesanato uma nova fonte de renda com a venda de cestarias, bordunas, arcos, flechas, colares, etc.
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