Atleta de Araguaína supera deficiência e conquista mais de 60 medalhas no karatê

Por meio do esporte, a atleta Danielly de Oliveira superou o estigma da deficiência auditiva e se tornou um exemplo de coragem nas artes marciais

Atleta araguainense Danielly Gomes de Oliveira mostra medalhas
Descrição: Atleta araguainense Danielly Gomes de Oliveira mostra medalhas Crédito: Marcos Filho

Subir no tatame para enfrentar adversárias faixa preta e consagradas no karatê brasileiro não é tarefa fácil, é o que garante o sensei Cézar Fernandes, o Shina. A araguainense Danielly Gomes de Oliveira, de 20 anos, mostra que o karatê trouxe mais do que a emoção dos desafios para sua vida. Foi por meio do esporte que a atleta superou o estigma da deficiência auditiva e se tornou um exemplo de coragem nas artes marciais. Ela já participou de diversas competições e conquistou mais de 60 medalhas em campeonatos, duas delas de circuito nacional.

 

“A Dani nunca gostou de brincar de boneca, sempre preferiu o esporte. Há oito anos eu a inscrevi para treinar karatê no Centro de Atividade do Trabalhador (CAT). E isso virou a vida dela. O que também me ajuda com a criação, já que ela agora come melhor, é menos tímida e menos ansiosa”, descreveu a mãe, Maria Glória Gomes de Oliveira, que acompanha a filha nos campeonatos, se dedicando integralmente.

 

O mestre de artes marciais Shina disse que a veia competitiva da atleta ajuda a superar suas limitações e a acompanhar os demais competidores. “Tudo dela é mais pesado, só enfrenta faixa preta e campeã. A categoria que ela luta é muito ágil. Mesmo assim, a Dani fica muito brava quando perde ou não consegue patrocínio para ir até a competição”, afirmou.

 

Com a ajuda da professora intérprete Edla Alencar, da Central de Interpretação de Libras, Danielly mostrou com expressão de positividade que levará o karatê como uma profissão. “A expressão facial é muito importante na Língua Brasileira de Sinais. Quem convive com pessoas deficientes auditivas deve conversar com ela de perto. Para que o deficiente consiga ler os lábios de quem fala e a outra pessoa possa ver as expressões do deficiente auditivo”, explica Edla.

 

A professora explica a importância de trabalhar também a assistência social. “A maioria dos deficientes auditivos não tem conhecimento total da Libras. Então, a gente precisa sempre orientar as escolas, que nem sempre tem intérpretes. E vamos além disto. No caso da Dani, por exemplo, a gente ajudou a regularizar documentos, como o título de eleitor, e também ajudamos como facilitadores na comunicação com psicólogos”.

 

A Central de Interpretação de Libras (CIL) de Araguaína funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas, na Secretaria da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação, no antigo prédio da UFT, localizado na Rua Humberto Campos, nº 508, no Bairro São João. Os agendamentos podem ser feitos pessoalmente ou pelo telefone (63) 3415-2268.

 

(Com informações da Ascom/Prefeitura de Araguaína)

Comentários (0)