Palmas possui, atualmente, 49.808 moradores cadastrados no Cadastro Único, programa social criado pelo Governo Federal que consiste em um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Propiciar qualidade de vida a essas pessoas está entre um dos maiores desafios da gestão pública.
O Cadastro Único valida a criação e execução de programas sociais, necessários para que essas famílias tenham alimento, moradia, assistência médica-hospitalar e acesso à Educação. Deste total de 49.808 palmenses, 40.122, o equivalente a 12.653 famílias, são atendidos pelo programa Bolsa Família.
Onde estão e como vivem os outros 9.686 palmenses que estão cobertos pelos critérios de inscrição no Cadastro Único por terem comprovado que são pobres, que não têm renda, ou que a renda per capita familiar é de 50% do salário mínimo, como exige o CadÚnico?
Os dados são da prefeitura de Palmas, informados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O número de habitantes que estão na linha da pobreza e extrema pobreza equivale a 16,03% do total da população palmense. Ainda de acordo com o IBGE, Palmas tem um crescimento econômico de 8,7%, maior do que o índice nacional e do Estado.
Cenário oposto
Os palmenses que estão enfrentando o problema da falta de renda convivem com um dado que mostra Palmas como a 24ª cidade brasileira melhor para se viver. Essa posição é resultado do estudo de 2021, do Índice dos Desafios da Gestão Municipal (IDGM), que também aponta Palmas ocupando o 6º lugar entre as capitais brasileiras, em qualidade de vida. O estudo analisou as 100 maiores do País analisadas (o Brasil tem 5.570 municípios). O IDGM considera os 15 indicadores em quatro áreas essenciais para a qualidade de vida da população.
São eles: educação, saúde, segurança e saneamento e sustentabilidade. Conforme a empresa responsável pela pesquisa, Macroplan, a metodologia utilizada é semelhante a do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que também é quantificado de zero a um.
Ainda de acordo com esse estudo, a capital do Tocantins teve o melhor desempenho na Saúde, ficando na 4ª posição entre os 100 cidades analisadas. A colocação nas outras áreas foi: 30ª em Saneamento e Sustentabilidade, 34ª em Educação e 89ª em Segurança. Em termos de comparação, a 1ª colocada no estudo foi Maringá (PR), com IDGM de 0,756; Macapá (AP) no 100º lugar somou 0,499.
Início
Desde o início da sua construção em 20 de maio de 1989, Palmas começou a enfrentar o problema da ocupação desordenada por pessoas que chegavam trazidas pela esperança de uma vida melhor. Uma nova cidade, nova oportunidade, era esse o pensamento dos que chegavam de vários estados, especialmente os vizinhos Maranhão, Pará, Goiás e Bahia. Esse crescimento registrou um salto no número de habitantes de 24.261, em 1991, para 130.528 no ano 2000. Hoje a população da Capital é de 306.296 pessoas, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com esse crescimento, surgiram os problemas sociais, as invasões de áreas residenciais, que resultou no surgimento de casas feitas com lona, madeirite e materiais de sobra de construção civil. Ao lado desse cenário preocupante, as máquinas e operários construíam o Palácio Araguaia, sede do governo do Estado, e abriam as avenidas e ruas, cumprindo o projeto arquitetônico elaborado para a construção da cidade.
Nesta quinta-feira, 20 de maio, Palmas completa 32 anos de criação e ainda atrai moradores de outros estados. Paulo Rodrigues de Macedo Sousa, de 23 anos, se mudou para a Capital há dois anos, vindo de Santa Maria (PA). Ele conta que desde os 15 anos queria morar na capital do Tocantins. “Sempre acompanhei as notícias sobre Palmas e meu sonho era morar aqui. Ainda não tenho um emprego que eu gostaria, mas estou estudando na faculdade e sei que vou conseguir”, disse Paulo. Ele está cursando faculdade de Administração, em EaD, e mora em Taquaralto. Todos os dias ele vai de ônibus para o trabalho, no Plano Diretor da Capital.
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