CadÚnico aponta que 49,8 mil palmenses vivem em situação de vulnerabilidade social

O número corresponde a 16,02% do total de habitantes. Essas pessoas estão no Cadastro Único do governo Federal e são atendidas pelos programas de Assistência Social da prefeitura

Palmas possui, atualmente, 49.808 moradores cadastrados no Cadastro Único, programa social criado pelo Governo Federal que consiste em um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Propiciar qualidade de vida a essas pessoas está entre um dos maiores desafios da gestão pública.

 

O Cadastro Único valida a criação e execução de programas sociais, necessários para que essas famílias tenham alimento, moradia, assistência médica-hospitalar e acesso à Educação. Deste total de 49.808 palmenses, 40.122, o equivalente a 12.653 famílias, são atendidos pelo programa Bolsa Família.

 

Onde estão e como vivem os outros 9.686 palmenses que estão cobertos pelos critérios de inscrição no Cadastro Único por terem comprovado que são pobres, que não têm renda, ou que a renda per capita familiar é de 50% do salário mínimo, como exige o CadÚnico?

 

Os dados são da prefeitura de Palmas, informados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O número de habitantes que estão na linha da pobreza e extrema pobreza equivale a 16,03% do total da população palmense. Ainda de acordo com o IBGE, Palmas tem um crescimento econômico de 8,7%, maior do que o índice nacional e do Estado.

 

Cenário oposto

 

Os palmenses que estão enfrentando o problema da falta de renda convivem com um dado que mostra Palmas como a 24ª cidade brasileira melhor para se viver. Essa posição é resultado do estudo de 2021, do Índice dos Desafios da Gestão Municipal (IDGM), que também aponta Palmas ocupando o 6º lugar entre as capitais brasileiras, em qualidade de vida. O estudo analisou as 100 maiores do País analisadas (o Brasil tem 5.570 municípios). O IDGM considera os 15 indicadores em quatro áreas essenciais para a qualidade de vida da população.

 

São eles: educação, saúde, segurança e saneamento e sustentabilidade. Conforme a empresa responsável pela pesquisa, Macroplan, a metodologia utilizada é semelhante a do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que também é quantificado de zero a um.

 

Ainda de acordo com esse estudo, a capital do Tocantins teve o melhor desempenho na Saúde, ficando na 4ª posição entre os 100 cidades analisadas. A colocação nas outras áreas foi: 30ª em Saneamento e Sustentabilidade, 34ª em Educação e 89ª em Segurança. Em termos de comparação, a 1ª colocada no estudo foi Maringá (PR), com IDGM de 0,756; Macapá (AP) no 100º lugar somou 0,499.

 

Início

 

Desde o início da sua construção em 20 de maio de 1989, Palmas começou a enfrentar o problema da ocupação desordenada por pessoas que chegavam trazidas pela esperança de uma vida melhor. Uma nova cidade, nova oportunidade, era esse o pensamento dos que chegavam de vários estados, especialmente os vizinhos Maranhão, Pará, Goiás e Bahia. Esse crescimento registrou um salto no número de habitantes de 24.261, em 1991, para 130.528 no ano 2000. Hoje a população da Capital é de 306.296 pessoas, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Com esse crescimento, surgiram os problemas sociais, as invasões de áreas residenciais, que resultou no surgimento de casas feitas com lona, madeirite e materiais de sobra de construção civil. Ao lado desse cenário preocupante, as máquinas e operários construíam o Palácio Araguaia, sede do governo do Estado, e abriam as avenidas e ruas, cumprindo o projeto arquitetônico elaborado para a construção da cidade.

 

Nesta quinta-feira, 20 de maio, Palmas completa 32 anos de criação e ainda atrai moradores de outros estados. Paulo Rodrigues de Macedo Sousa, de 23 anos, se mudou para a Capital há dois anos, vindo de Santa Maria (PA). Ele conta que desde os 15 anos queria morar na capital do Tocantins. “Sempre acompanhei as notícias sobre Palmas e meu sonho era morar aqui. Ainda não tenho um emprego que eu gostaria, mas estou estudando na faculdade e sei que vou conseguir”, disse Paulo. Ele está cursando faculdade de Administração, em EaD, e mora em Taquaralto. Todos os dias ele vai de ônibus para o trabalho, no Plano Diretor da Capital.

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