Com resposta da Semus, Andrino ataca: 'prefeitura nunca contratou leitos de UTI'

Vereador ataca recalcitrância da gestão municipal em assumir responsabilidade de contratar leitos de UTI na Pandemia. Acordo neste sentido foi assinado com MP, terça-feira, 18 de agosto para 10 leitos

Tiago Andrino
Descrição: Tiago Andrino Crédito: Reprodução

Diferente do que chegou a ser informado no final do mês de julho, a prefeitura de Palmas consultou preços, mas não contratou leitos de UTI para atender os pacientes de Palmas. A resposta ao questionamento do vereador Tiago Andrino (PSB), chegou via ofício da Semus na Câmara Municipal de Palmas nesta segunda-feira, 18. O T1 Notícias demandou a prefeitura sobre o mesmo tema na semana passada, reforçando hoje o pedido de informação, mas ainda aguarda resposta.

 

Numa nota técnica que cita atribuições do sistema tripartite e resoluções federais, a prefeitura afirma ter tentado contratar as vagas sem sucesso, pois teria credenciado hospitais, “que não se interessaram” em ofertar os leitos.

 

“É um absurdo completo. Agora, com a exigência do Ministério Público Estadual é que a verdade vem à tona. A gestão fez uma cortina de fumaça com esse assunto, é uma omissão sem tamanho e que acabou ocasionando a morte de uma palmense, a dona Edilma, por falta de leitos”, acusa o parlamentar.

 

Para ele a gestão falta com transparência e falta com a verdade, pois em meio a uma pandemia, em que capitais de todo Brasil buscaram solução para ampliar a rede e atender seus munícipes, a gestão de Palmas se omitiu.

 

“Ela lavou as mãos, como Pôncio Pilatos. Onde já se viu? São R$ 11 milhões na conta, depositados pelo Governo Federal e mais R$ 26 milhões de remanejamento que ela fez na MP no começo do ano. Eu pessoalmente desde o começo da pandemia, destinei R$ 700 mil. Inaceitável e criminoso com o povo de Palmas” desabafa o parlamentar, que vai enfrentar a prefeita nas eleições deste ano.

 

Segundo Andrino, ele tem alertado para a necessidade de mais transparência na gestão da pandemia desde o começo. “Tenho dito desde o início que é preciso assumir a responsabilidade com o dinheiro que veio. Não se pode apenas empurrar. Agora, no meio desta situação, o estado em colapso, ela se omitiu”, criticou.

 

Em resposta, Semus diz que obrigação de UTI é do Estado

 

O Ofício 2033 encaminhado ao gabinete do vereador Tiago Andrino, com protocolo do dia 18, informa que houve consulta de preço a hospitais da capital para credenciamento de leitos de UTI, porém o governo do Estado teria interferido na negociação, quando fez a requisição de 70% dos leitos privados de UTI na capital.

 

Num dos trechos, a nova secretária de saúde de Palmas, Valéria Paranaguá, sustenta: “Ressaltamos que diante do cenário atual das UPAS (ala Covid), com maior quantidade de pacientes admitidos diariamente e maior permanência dos mesmos, faz-se necessário que o Estado como responsável pelos serviços de alta complexidade, aumente a oferta de leitos de UTI”.

 

Acordo com MP determina implantação de 10 leitos por conta do Município

 

Em ação movida pelo Ministério Público Estadual, com obrigação de fazer, o município de Palmas assinou na tarde de ontem, terça-feira, 18, em audiência conciliatória, acordo para implantar em 20 dias, 10 leitos de UTI e 36 leitos clínicos para atendimento a casos de Covid na capital.

 

A audiência foi acompanhada pelo promotor de Justiça Thiago Ribeiro, o defensor público Arthur Pádua e a secretária Valéria Paranaguá. Em nota a prefeitura informou que ampliará a oferta de leitos clínicos, uma vez que dispõe de 18 já contratados na rede privada.

 

Ainda nesta terça, a Justiça havia acatado o pedido do MPE e determinou que o município de Palmas disponibilize, no prazo máximo de 20 dias, 10 novos leitos de UTI e 36 leitos clínicos para tratamento de pacientes com Covid-19.

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