Comemorado neste sábado, Dia do Feirante homenageia comerciantes da cultura palmense

Data criada para homenagear integrantes da primeira feira livre brasileira realizada em 1914

Feira da 304 Sul, em Palmas
Descrição: Feira da 304 Sul, em Palmas Crédito: Tayna Pinheiro

Em todo o Brasil é comemorado o “Dia do Feirante” neste sábado, dia 25 de agosto. A data foi criada para homenagear os integrantes da primeira feira livre brasileira realizada ainda em 1914 na cidade de São Paulo-SP. Os feirantes trazem para o dia a dia das cidades uma rotina de cores, cheiros, sabores e artes em seus produtos, que podem ser desde uma fruta a uma sofisticada biojoia de Capim Dourado.

 

Em nossa Capital, as feiras acontecem de terça a domingo e reúnem milhares de consumidores numa prática que já é parte da nossa cultura. A cidade conta com mais de 1.300 feirantes cadastrados na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder) que é a pasta responsável pela coordenação da atividade no âmbito municipal.

 

“O feirante tem algumas características que são marcantes, eles são muito alegres, comunicativos, sabem negociar e receber bem os seus fregueses. Nós trabalhamos com todos os segmentos, temos feirantes que atuam com artesanato, comidas típicas, bebidas, ervas medicinais, frutas, embutidos, peixes, grãos, queijos, doces, brinquedos, roupas, calçados, cosméticos, enfim, nossas sete feiras livres são variadas e o consumidor é o grande beneficiário desta diversidade”, aponta o diretor de Comercialização e Abastecimento da Seder, Ruidelmar Fontoura, complementando que os feirantes, além de comercializar, muitas vezes também produzem os produtos que vendem com um jeitinho muito especial, mais próximo do cliente, ‘olho no olho’.

  

“Eu amo ser feirante. Aqui eu vendo pães, cucas, doces, roscas e faço tudo sozinha. Quando eu cheguei a Palmas em 1998 tive que me virar, pois não tinha conhecidos e tenho certeza que ser feirante foi a melhor decisão da minha vida. Assim eu pude criar as minhas filhas”, conta a feirante Flávia Koch que já atua no ramo há 21 anos.

  

A barraca da dona Vanda é uma das mais visitadas pelos frequentadores da Feira do Produtor (terça-feira) e pela feira de sexta que acontecem na Feira da 304 Sul – Espaço Mário Bezerra Cavalcante, e o motivo é muito simples, ela vende um produto que é muito apreciado aqui na região Norte do Brasil, a farinha de mandioca.

  

“Na minha banca o freguês acha todo tipo de farinha, tem a branca, a de puba, a farinha de tapioca que é essa bem branquinha que o povo gosta de comer com açaí. E ainda vendo a massa de puba, feijão, polvilho e rapadura”, conta dona Vanda, mostrando orgulhosa os grandes sacos com os seus produtos.

  

Ela conta que chega cedo no galpão, por volta de 9 horas e só volta para casa lá pelas 22 horas. “Eu passo o dia inteiro aqui; almoço aqui, tenho muitos amigos é uma grande família. A gente tem que levar a sério e trabalhar muito para cumprir os compromissos”, diz dona Vanda. Ela também é uma das pioneiras nas feiras da Capital e conta que começou a vender farinha como feirante há mais de duas décadas.

  

O feirante, Celso Canuto de Oliveira, chegou nas feiras de Palmas ainda em 1990. “Aqui era só um galpãozinho, com os caminhões de frutas, minha mãe mesmo vendia pamonha no caminhão”, conta Celso, dono de uma banca tradicional de pamonhas. “Nossa mãe passou a tradição para os filhos, hoje somos quatro filhos feirantes, trabalhando junto com ela e nosso pai. A feira é nossa vida. Nós plantamos milho e fazemos a pamonha sempre com muita alegria e orgulho de ser feirante”, destaca Canuto.

  

Também com muito orgulho, o senhor Itamar Toledo Vilela mostra os queijos que ele e os filhos fabricam na sua propriedade rural. Ele trabalha desde 1996 nas feiras de Palmas, vendendo queijo tipo frescal, minas e temperado. “Daqui eu tirei o sustento para formar meus dois filhos e cada um deles aprendeu a valorizar o nosso trabalho”, revela Itamar.

  

O feirante Dorimar José de Melo, mais conhecido como Xambioá, já atuou como eletricista, mas há dois anos se tornou feirante e vende verduras que produz na sua chácara. Ele conta que aprendeu a plantar quando foi seminarista em 1970. "É bom fazer o que a gente gosta, eu gosto de plantar e de colher. Aqui na feira a melhor coisa é esta relação de amizade e respeito com os clientes. É uma atividade muito gratificante, toda semana estamos aqui para recebê-los”, frisou Xambioá.

  

Superação

 

Ser feirante há cerca de três anos, tem mudado o estado de ânimo da ex-comerciária Tânia Cristina Oliveira. “Eu trabalhava numa financeira, aí quebrei o fêmur e tive depressão, mesmo fazendo tratamento eu não melhorava. Aí apareceu a chance de vir para a feira e vi tudo mudar. Aqui eu conquistei muitos amigos, estamos sempre sorrindo e com bom humor, conheço pessoas novas o tempo todo. Hoje sou outra pessoa”, conta Tânia.

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