Começa nesta quarta-feira, 21, e segue até sexta-feira, 23, o II Congresso de Pesquisadores/as Negros/as da região Norte (II Copene Norte), na Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Palmas. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e a UFT e tem como público alvo a comunidade de pesquisadores, profissionais da educação básica e ativistas do movimento social negro nacional e estrangeiro.
O período da manhã desta quarta-feira, das 8h30 às 12 horas, esteve reservado para reunião com monitores do evento. Das 13 às 21h30, no hall do Bloco D, segue com recepção, credenciamento e entrega de matérias de trabalho. A abertura será às 18 horas, com a apresentação cultural “Ritualística das Religiões de Matriz Africana.
Após isso, das 20 horas em diante será a vez da primeira conferência do Congresso, ainda no Bloco D, com o tema "Ações Afirmativas na Região Norte”, pela conferencista paraense Zélia Amador de Deus e mediação de Solange Aparecida do Nascimento.
Zélia, que é ativista e professora de artes da Universidade Federal do Pará (UFPA), participou da criação do sistema de cotas de negros nas universidades e é uma das principais referências do movimento negro na região Norte.
Segundo Mauro Torres Siqueira e Solange Aparecida do Nascimento, da comissão organizadora, cerca de 170 pessoas já estão com inscrições confirmadas para participar do evento, quando debaterão precarizações e negligências com a população negra e as políticas públicas destinadas a este público na região Norte do Brasil. Mais informações sobre o evento, inclusive a programação completa, podem ser obtidas no site do Congresso, no endereço https://www.copenenorte2019.abpn.org.br/.
O II Copene tem como objetivo constituir-se em um enquanto espaço de divulgação, circulação e promoção da produção científica dos/as pesquisadores/as negros/as e de estudiosos/as das temáticas vinculadas à população negra na região Norte.
O evento é realizado sob a perspectiva do diálogo entre os povos africanos e da Diáspora, com vistas aos debates e reflexões acerca da intelectualidade negra nos diferentes campos e áreas do conhecimento científico e do saber, e também sob a perspectiva da resistência, do enfrentamento e do combate às diversas formas de racismo, de forma particular a segregação dos negros e negras nos espaços sociais e na produção acadêmica.
O II Copene Norte tem dois atores históricos fundamentais para sua implementação e execução, sendo estes a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), e a Universidade Federal do Tocantins (UFT), enquanto promotores e instituição sede do evento respectivamente, com seus respectivos núcleos de pesquisas relacionados à temática.
Cada uma dessas entidades possui notória relevância no contexto de desenvolvimento brasileiro e regional no trato das questões ligadas à discussão étnico-racial.
Tocantins
A questão racial ganhou relevância no Tocantins a partir de 2017, com a criação, na estrutura governamental da Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju), ligada a essa Gerência de Promoção da Igualdade Racial, reflexo da luta pela promoção da igualdade racial.
No ano de 2018, foi realizado o I Encontro de Pesquisadores Negros do Tocantins na UFT, o que demonstra a institucionalização da pauta da luta pela igualdade racial no âmbito da universidade no estado.
A primeira edição do Copene Norte ocorreu no período de 5 a 7 de dezembro de 2017 na Universidade Federal do Amazonas. Se deu em consonância com o Plano de Ações da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), com o intuito de construir uma política voltada para as regiões, apostando na inovação em pesquisa e nas articulações com movimentos sociais e as secretarias municipais e estaduais de educação.
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