Detenta da Unidade Prisional Feminina de Palmas sonha com cirurgia bariátrica

Dos 168 quilos atuais, a reeducanda adquiriu 68 apenas no período de reclusão. A detenta reclama de muitas dores ao se movimentar e sonha com a realização de uma cirurgia bariátrica

Pesando 168 quilos, a detenta reclama de muitas dores
Descrição: Pesando 168 quilos, a detenta reclama de muitas dores Crédito: Foto: Divulgação/Defensoria

A jovem C.M.S., de 28 anos, está presa na Unidade Prisional Feminina de Palmas, por tráfico de drogas, há quase dois anos. Pesando atualmente 168 quilos, a detenta reclama de muitas dores ao se movimentar e sonha com a realização de uma cirurgia bariátrica. “Eu acordo, faço a minha higiene pessoal e só levanto da cama para os momentos de refeição. Ficar em pé e até sentada por muito tempo me incomoda muito. Eu até consigo me movimentar em pé se for por um momento breve, mas sinto muitas dores nas pernas, nos joelhos, em todas as articulações. Por causa disso, decidi não ir mais para o banho de sol”, explica.

 

A presa conta que já tentou realizar a cirurgia, solicitou no sistema público de saúde por não ter condições financeiras de pagar o procedimento particular, mas nunca foi chamada para a realização de exames, consulta médica ou a triagem inicial. Por conta disso, C.M.S. acionou a Defensoria Pública do Tocantins para garantir o procedimento. A DPE informou que está acionando o Estado e o Hospital Geral de Palmas por meio de Recomendação e ofícios para que sejam tomadas as devidas providências para a assistência médica e possível realização da cirurgia bariátrica.

 

De acordo com a defensora pública Napociani Póvoa, coordenadora do Núcleo Especializado de Assistência em Defesa do Preso, C.M.S. tem o direito de submeter-se à realização de cirurgia bariátrica pelo sistema público de saúde. “Ela sente muita dificuldade de realizar atividades simples como sentar e se levantar e por estar no sistema prisional a situação se agrava por conta das limitações do local e da privação de liberdade”, defende Napociani.

 

A jovem reeducanda conta que passa por graves problemas de saúde, como hipertensão arterial, problemas osteoarticulares, respiratórios, dificuldade para dormir e distúrbios hormonais. “Eu tenho de tomar anticoncepcional sem parar porque o meu fluxo é muito forte, com muita hemorragia, e eu ficava muito fraca, sem falar que tinha muita dificuldade de fazer a higiene adequada aqui dentro da prisão”, descreve.

 

Dos 168 quilos atuais, a reeducanda adquiriu 68 apenas no período de reclusão. “Eu cheguei aqui com 100 quilos, já estava acima do peso, mas acabei sofrendo muito com a ansiedade porque fiquei sabendo que meu pai tinha morrido assim que eu fui presa. Além disso, veio a distância dos meus filhos (duas crianças – uma de dois anos e outra de 9), de todos os familiares e amigos e o isolamento, o que me provocou muita ansiedade e foi tendo reflexos na minha alimentação”, conta a jovem, que é do Mato Grosso e não tem familiares no Estado, mas está reclusa em Palmas por ter sido presa na cidade.

 

C.M.S. conta ainda que a cirurgia bariátrica é para ela a realização de um sonho. “Eu sempre fui gordinha, mas depois que entrei aqui engordei muito por causa da ansiedade e medicação. Eu não aguento mais viver nessa situação, eu sonho todos os dias em que serei aceita para a cirurgia bariátrica e poderei resgatar a minha saúde e dignidade novamente. Essa é a minha oração, diariamente, e creio que um dia poderei realizar esse sonho”.

 

(Com informações da Ascom/DPE)

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