Dentre as novas medidas para o enfrentamento da Covid-19 decretadas nesta quarta-feira, 1º, pelo prefeito de Lagoa da Confusão, Nelson Moreira, está a interdição do acesso Ilha do Bananal. O decreto impede também movimentações pela orla da cidade.
O prefeito, por outro lado, flexibiliza o funcionamento do comércio, bares, restaurantes, salões de beleza, bancos, lojas de conveniência, academias esportiva e igrejas. A orla está vedada desde terça-feira, 30, para banho, churrascos e qualquer atividade que gere aglomeração e sonorização.
O acesso à ilha no município pela Barreira da Cruz, final da estrada que liga Lagoa da Confusão com a Ilha do Bananal, no rio Javaés, por onde se chega a várias aldeias indígenas das etnias como Karajá e Javaé.
Desabafo indígena
Narubia Werreria, ativista ambiental do povo Iny, da Ilha do Bananal, fala sobre o que ela considera descaso do governo com as comunidades indígenas durante a pandemia. Já são quase 10 mil casos confirmados, com 335 mortes por Covid-19 nas aldeias do Brasil, uma taxa de mortalidade 150% maior do que a média nacional.
"Estamos sentindo toda negligência governamental que, para nós, é um plano de governo. Prova disso foram as medidas de contingenciamento para os povos indígenas, determinando o isolamento domiciliar. Isso é impossível para as comunidades indígenas, que, culturalmente, vivem em comunidade compartilhando tudo entre eles", desabafa Narúbia.
No entendimento da líder indígena, o isolamento domiciliar é uma "covardia" com os povos indígenas. "Nós temos vulnerabilidades culturais, somos de comunidade e, por isso, é muito mais fácil a propagação do vírus, caso venham entrar numa aldeia indígena; temos vulnerabilidade sociais também, muitos povos precisam de auxílio e dependem das cidades", acrescenta.
Narúbia Werreria em uma live nesta quinta-feira, 2, a partir das 11h11, pelo instagram, vai abordar o tema cultura e resistência indígena. Pariticpa também Maysa Alexandrino, canalizadora de curas energéticas e espirituais.
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