A família da paciente que faleceu após um parto normal forçado no Hospital Municipal Taguatinga, Adriana Ribeiro, vai entrar com ação na justiça acusando o hospital de negligência no atendimento prestado à paciente e no procedimento adotado para o nascimento do bebê, que também faleceu na mesa de cirurgia.
Segundo informou uma fonte que preferiu não se identificar por medo de retaliação, a grávida deu entrada no hospital na última sexta-feira, 3, às 22h já em trabalho de parto. A médica que estava de plantão, Carla Marla, não fazia parto cesário e, segundo a mãe da paciente, Deusélia Ribeiro, ela solicitou que chamassem outro médico da cidade que fazia tal procedimento. A mãe teria sido tratada com grosseria pela enfermeira de plantão, que alegou que já havia um médico de plantão, sem necessidade de chamar outro.
Já sem condições devido às fortes contrações que Adriana Ribeiro estava sentindo, segundo a fonte, a mesma foi submetida a procedimentos externos, compressões no abdômen, para forçar a saída do bebê. A mãe da paciente disse que Adriana Ribeiro foi orientada durante todo seu pré-natal a se preparar para parto cesário e não para parto normal, sendo que o primeiro parto da vítima havia sido cesário.
O parto normal foi feito por volta meia noite e meia e a criança morreu logo após nascer, conforme informou a fonte. A mãe não ouviu o choro do bebê e sofreu forte hemorragia pós-parto, vindo a falecer por volta das 4h30 da madrugada do dia 04. No hospital não havia estoque de sangue compatível, mas a família mobilizou um doador, de nome José, que prontamente se disponibilizou a doar o sangue para Adriana. Mas, segundo a família, o hospital não tinha sequer uma bolsa coletora para coletar o sangue do doador e sem o transfusão sanguinea Adriana faleceu.
Hospital nega
Ao T1 Noticias a diretora do Hospital Municipal de Taguatinga, Adaltiva Dias, negou por telefone que o hospital não tenha prestado assistência devida à paciente e rebateu as acusações da família afirmando que Adriana Ribeiro chegou à unidade em estado avançado de parto, não dando tempo de fazer uma cesariana.
“A gestação já estava completa, não havia tempo para cesariana. A médica que estava de plantão realmente não faz cesariana, mas tinha cobertura, outro médico que fazia”, argumentou a diretora. Segundo ela, o médico Izaí se apresentou para fazer o parto, mas quando chegou a paciente já havia falecido.
Sobre a bolsa coletora, a diretora afirmou que “o doador que eles [a família] conseguiram era um paciente e o hospital não pode pegar o sangue de um paciente e transferir para outro. Nós tínhamos uma bolsa, mas não era suficiente e mandamos buscar mais uma em Arraias. Quando chegou a paciente já tinha falecido”, disse.
A diretora negou ainda que o parto tenha sido forçado argumentando o estado em que a paciente chegou ao hospital: “ela já estava com a dilatação completa. Não foi um parto forçado, foi espontâneo”.
De acordo com a diretora, o hospital acredita que a causa da morte do bebê tenha sido deslocamento de placenta e da mãe, hemorragia, “mas para saber precisamos aguardar o resultado do IML”, concluiu.
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