Gurupi identifica espécie perigosa de escorpião e emite recomendações

A orientação é que os moradores eliminem os abrigos para escorpião, como entulhos de obras e outros esconderijos, e façam o possível para eliminar as presas, como baratas.

Foto do escorpião tirada por morador de Gurupi
Descrição: Foto do escorpião tirada por morador de Gurupi Crédito: Divulgação/Secom Gurupi

As equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e dos Agentes de Combate de Endemias (ACE) de Gurupi receberam dois espécimes do escorpião Tityus serrulatus (escorpião amarelo), um adulto e um filhote. A espécie é considerada uma das mais perigosas da América do Sul.

 

Em 23 de novembro, um morador do centro da cidade, que não quis se identificar, acionou as equipes em razão da presença de escorpiões. Imediatamente, uma equipe de ACE se deslocou até o local para receber os escorpiões que foram encaminhados ao CCZ.

 

Os dois espécimes foram repassados ao Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (LACEN) para análise laboratorial e confirmação da espécie. O resultado da análise foi recebido pela Coordenação de Endemias na última quarta-feira, 7, com avaliação positiva para a espécie Tityus serrulatus.

 

“Esta é uma das espécies mais importantes do ponto de vista de saúde pública, pois é uma das mais peçonhentas, e nos preocupa porque se trata do mais venenoso da América do Sul. Por isso, recomendamos cuidado no manuseio de produtos, frutas e verduras, no quintal, na horta, ao mexer em entulhos, tijolos e pedras. Também dentro de casa, ao mexer em móveis”, alertou o secretário Municipal de Saúde de Gurupi, Sinvaldo Moraes.

 

Segundo o coordenador de Combate à Endemias do Município, Edson Cardoso, o ideal é que os moradores eliminem os abrigos para escorpião, como entulhos de obras e outros esconderijos e façam o possível para eliminar as presas (alimentos deles), como baratas.

 

“É conveniente lembrar que não há nenhum veneno que funcione contra ele. Há o mito de que as galinhas são suas predadoras naturais, mas é muito pouco efetivo, pois aumenta a probabilidade de transmissão de calazar”, pontuou Edson, destacando ainda que o risco de acidentes fatais acomete, principalmente, idosos e crianças. Para Edson, ambientes limpos e a eliminação de insetos que possam servir de alimento para os escorpiões é fundamental.

 

Atendimento saúde

 

O quadro clínico do envenenamento pode variar, pois depende de diversos fatores como: a espécie do escorpião, a quantidade de veneno inoculado, a idade e a massa corpórea da vítima, sendo crianças e idosos, o grupo mais vulnerável. A velocidade de ação do veneno varia de pessoa para pessoa, mas a vítima pode morrer duas horas depois de picada.

 

A recomendação, em caso de ferroada, é procurar a UPA-24h ou o hospital mais próximo. Orienta-se também, limpar o local da picada com água e sabão, desde que não atrase a ida da pessoa ao atendimento médico. Não se deve fazer torniquete, aplicar qualquer substância no ponto da picada nem fechar com curativo, para não favorecer infecções.

 

Em caso de identificar a presença de escorpiões, o recomendado é acionar a equipe de Agentes de Combate às Endemias pelo telefone (63) 3313-3631, ou o CCZ (63) 3315-0098.

 

Escorpião Tityus serrulatus ou escorpião amarelo

 

Não é a primeira vez que o Tityus serralatus é encontrado em Gurupi. Em 2021, também foi registrada sua presença no município. Essa espécie se adapta ao ambiente urbano, vivendo no interior de instalações elétricas, galerias de esgoto, águas pluviais e bueiros.

 

Onde tem barata, geralmente, tem escorpião. “Baratas são um dos alimentos preferidos dos escorpiões”, segundo Edson. Algumas condições propiciam a proliferação dos escorpiões, como a ausência de predadores naturais, abrigo, alimento abundante (principalmente baratas) e água disponível, aliado ao fato de serem partenogenéticos, reproduzindo-se mais rapidamente que as espécies sexuadas, contribuem com o aumento do número de indivíduos e, consequentemente, com a possibilidade de haver acidentes com humanos.

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