A Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto) reuniu 250 empresários na 6ª edição do Encontro Estadual da Indústria na noite desta quinta-feira, 05/12, no Ahãdu em Palmas. Considerada a convenção anual do segmento industrial no Tocantins, o encontro foi aberto pelo presidente da Fieto, Roberto Pires, seguido de palestra do advogado e comentarista político Caio Coppolla.
O evento propõe uma análise do cenário político e econômico do país a fim de discutir possíveis impactos ao setor industrial e expectativas em relação às ações do Poder Público. Demandas como a melhoria do ambiente de negócios, redução da carga tributária e da máquina pública e a importância da agroindustrialização e da priorização de geração de empregos pela indústria no estado foram abordadas pelo presidente da Federação.
“O Tocantins precisa fortalecer o que tem como sua principal vocação que é, sem dúvida, a agroindústria. Não queremos e não merecemos ser apenas um corredor viário e sim um eixo de desenvolvimento, agregando valor aos nossos produtos e gerando emprego. E o caminho para reter aqui e não exportar junto com nossa produção empregos de qualidade, renda e desenvolvimento, seguramente, passa pela indústria”, disse o presidente.
Pires citou o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que aponta o Tocantins como o estado com maior crescimento em produção de grãos com 10,9% de crescimento para a safra 2024/2025 e reconheceu esforços como a inauguração do terminal rodoferroviário de Alvorada que se espera, em breve, começar a operar como mais um eixo de escoamento ligando o estado ao porto de Santos.
Comentarista político da CNN Brasil, Coppolla trouxe uma visão crítica, porém otimista do país em entrevista sobre a palestra.
“O Brasil está condenado ao sucesso. E o que eu percebo, ao viajar por todo o país, muitas vezes é a prosperidade, apesar do Estado”, avaliou.
Mesmo com esse ambiente hostil, o palestrante destacou que vê negócios pujantes e longevos em sua caminhada.
“Quando você torna esse ambiente menos hostil, ele tem uma vantagem competitiva absurda. E o grande exemplo disso é o agro brasileiro, quando comparado com outros mercados internacionais. O produtor rural brasileiro não é subsidiado como o americano ou o europeu. Eles têm pouquíssimas opções de logística, não têm capacidade própria de armazenar e não são exatamente donos da sua produção. Assim, o agro brasileiro é o mais competitivo do mundo, é aquela história: nossa maior riqueza é o nosso povo, é a nossa ética de trabalho, é o nosso espírito empreendedor, muito adaptável. Talvez esse seja o aspecto positivo do tal jeitinho brasileiro”, disse Coppolla.
O vice-governador do Tocantins, Laurez Moreira e o secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima, participaram do evento juntamente com autoridades municipais e estaduais, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, diretoria do Sistema Fieto, instituições bancárias, de ensino ,classistas e empresários.
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