Jornada Interdisciplinar de Comunicação da UFT reflete sobre causas sociais

evento prossegue nesta quinta-feira, 24, com mais debates e atividades

Crédito: Divulgação UFT

O primeiro dia da VIII Jornada Interdisciplinar de Comunicação da Universidade Federal do Tocantins (UFT) foi marcado por um grande envolvimento dos alunos, professores e mestrandos presentes. O evento destacou-se pela participação ativa do público, interação nas atividades propostas e relevantes temas em debates.

 

No período da tarde, a oficina "Jornalismo em Perspectiva de Gênero", conduzida pela professora, doutora Cynthia Miranda, deu início às atividades da Jornada, onde os participantes tiveram a oportunidade de discutir a cobertura jornalística sob a ótica de gênero. Cynthia, reconhecida por sua experiência em temas como preservação ambiental e perspectiva de gênero, trouxe um olhar crítico e provocador à sua oficina, estimulando os alunos a desconstruir estereótipos e refletirem sobre a violência de gênero e o feminicídio.

A professora destaca pontos pouco debatidos na mídia global e o quanto isso influencia nas matérias jornalísticas: “Nessa oficina a gente dialogou sobre a importância da formação. A formação e perspectiva de gênero onde  buscamos refletir sobre as noticias, a rotina produtiva do jornalismo e identificar de que forma as mulheres estão representadas no jornalismo… De que forma as mulheres são ouvidas como fonte nas notícias, postos que elas ocupam nos veículos de mídia [...] A gente dialogou um pouco sobre esse conjunto e reforçou a importância do processo de formação continuada e como isso impacta no que consumimos como notícia”, finalizou Cynthia.

 

Logo em seguida, a oficina "Assessoria Descomplicada: Comunicação Prática e Fotografia com Celular", facilitada por Angel Lima, proporcionou aos estudantes dicas valiosas sobre comunicação ágil e técnicas fotográficas. 

À noite, tivemos a abertura oficial do evento, com o lançamento de diversos livros, como "Histórias de Vó - Memórias do Cerrado" de Alice Agnes Spindola Mota, que traz relatos emocionantes da cultura local, e "Psicologia, Educação e Homossexualidades" de Eder Ahmad Charaf Eddine, que explora questões cruciais da diversidade sexual e educacional. 

 

Além disso, as obras "Vulnerabilidades, Cultura, Tecnologia e Resistências na Amazônia" e "Comunicação, Direito e Igualdade", ambas coordenadas por Cynthia Mara Miranda e outros, destacam a relevância da comunicação nas discussões contemporâneas.

 

Acompanhada da mediadora professora Ingrid Assis, estiveram no palco durante a abertura a Pró-reitora de pesquisa e pós-graduação, Karylleila dos Santos Andrade e a diretora do mesmo setor, Kellen Lagares. A recém-nomeada a pró-reitoria ressalta a importância não só do debate, mas também da divulgação das pautas: “Participar desse evento é muito importante pra relembrarmos da missão dessa universidade, que está pautada pelo desenvolvimento local, mas também do desenvolvimento da Amazônia. Temas como os debatidos aqui precisam estar em pauta, além de também ser necessário a divulgação deles, seus resultados, pra toda a universidade. Esse é o momento pra gente discutir e ampliar nossos horizontes” acrescenta Karylleila.

 

Ponto em pauta pontos esquecidos

O tema "Comunicação e Desigualdades à Luz do Trabalho Doméstico na Amazônia" marcou a noite com uma palestra e apresentação da professora, doutora Danila Cal, que abordou em uma reflexão profunda sobre as desigualdades sociais no contexto amazônico, comunicação como uma ferramenta vital para a transformação social e profissional das profissionais de serviços domésticos. 

 

Foi notável sua expertise no tema e a capacidade de conectar teoria e prática, pondo luz a problemas sociais de abuso de poder, trabalho análogo a escravidão urbano e desigualdade de gênero. Para Danila, a pauta atua na estrutura da formação do nosso país: “O trabalho doméstico é a síntese dos processos de desigualdade do nosso país, olhando pra ele nós percebemos várias das opressões interseccionais que atuam sobre nosso país, principalmente sobre as mulheres negras, pobres…  A gente consegue perceber várias das nossas heranças escravagistas da colonialidade presentes e atuantes no Brasil” pontua a palestrante.

 

Próximos dias

O evento continua nos próximos dias, com mais atividades enriquecedoras para todos os participantes. Logo no início desta quinta-feira (24), temos atividades, e debates que prometem continuar o trabalho de ação e reflexão proposto pelo projeto.

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