Leitores do portal encaminharam áudios e fotos à redação no último dia 18, levantando dúvidas sobre a causa mortis de dois óbitos apontados como Covid-19 em Palmas, sendo que um dos casos, a paciente que foi a óbito tratava-se de um câncer há mais de dois anos.
A dúvida, que vinha sendo levantada em grupos de WhatsApp foi respondida pela Prefeitura de Palmas, através de nota encaminhada pela Secretaria de Comunicação, esclarecendo o protocolo para casos suspeitos da Covid-19.
Em síntese, todos os casos em que exista a dúvida, são reportados como Covid, para evitar a abertura dos caixões e contaminação de terceiros, explica o Município de Palmas. Caso após a conclusão dos exames, o paciente que foi a óbito não tiver confirmação do Coronavírus, a certidão de óbito é alterada.
Áudio identificado como tendo sido gravado por Edvaldo Potêncio, supostamente tenente, levanta dúvida sobre casos de Taquaruçu, e foi enviado no celular da redação do T1 Notícias. “ Meus irmãos, estou muito indignado pro que há mais ou menos um mês e meio morreu a cunhada do nosso amigo João, lá do Taquaruçu, amigão mesmo (...) ela morreu de câncer, há mais de dois anos tratando de câncer e colocaram no laudo que foi Coronavírus”, diz o áudio.
“Ontem à noite, mais ou menos meia noite e meia morreu o tio da Marlene que mora aqui do lado da minha casa, aqui em Taquaralto. Ele há mais de um ano e meio vinha lutando com um efizema pulmonar, foi e voltou várias vezes do hospital (...), por fim há três dias fez novamente o exame de Coronavírus, deu negativo e o médico mandou para morrer em casa(...)”, conta o autor do áudio.
Após o óbito, segundo o narrador, a equipe do Samu esteve na casa às 22h30, colocando a família toda de quarentena e segundo o áudio, “colocando no laudo que foi Coronavírus”.
Após o áudio ser encaminhado à prefeitura para checagem das informações, a Secretaria de Comunicação explicou o protocolo, e divulgou a nota abaixo. Confira.
19/05/2020 - Nota ao T1 Notícias
Assunto: Óbitos em casos suspeito de Covid-19
A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) esclarece que, de acordo com a normatização do Ministério da Saúde, pessoas com síndromes gripais que foram a óbito devem ser consideradas suspeitas de Covid-19. O caixão precisa ser lacrado e o sepultamento segue o mesmo protocolo dos óbitos de casos confirmados. O procedimento é adotado com base na recomendação da Organização Mundial da Saúde e está contido no Plano de Contingência da Covid-19 de Palmas.
Imediatamente após a morte, o médico atestante notifica à equipe de Vigilância em Saúde de Palmas, que faz a investigação do caso. O Serviço de Verificação de Óbitos do Estado do Tocantins (SVO) destina um técnico para coletar o material (SWAB) para realizar o exame, mesmo que seja em domicílios residenciais ou em outro tipo de moradias. O resultado pode levar em torno de 24 horas para ser divulgado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).
A retirada do corpo também é feita por equipe de saúde, observando todas as medidas de precaução individual. O corpo deve ser envolto em lençóis e em bolsa plástica para evitar o vazamento de fluídos do corpo.
O protocolo orienta também as empresas funerárias para que tomem as medidas de segurança, evitando assim riscos de contaminação durante o sepultamento.
A Semus reitera que o protocolo adotado é necessário para resguardar a população e evitar a disseminação do novo coronavírus. De outra forma, permitir velórios em casos suspeitos de Covid-19 seria expor um grande número de pessoas a um risco sanitário gravíssimo.
A Semus informa ainda que em relação ao óbito ocorrido na última semana em uma casa de apoio a idosos, localizada na quadra 207 Sul, todo o protocolo descrito acima foi seguido pelas equipes de saúde.
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