Mamédio é exonerado do Município e alega pressão feita por vereadores

Após gravar um vídeo convidando para a marcha da maconha, o agora ex-superintendente de Igualdade Racial, José Mamédio disse se sentir perseguido já que sua exoneração foi solicitada pelos vereadores.

José Mamédio com o prefeito Amastha
Descrição: José Mamédio com o prefeito Amastha Crédito: Valério Zelaya/Secom

O superintendente de Igualdade Racial, José Mamédio, foi exonerado nesta quarta-feira, 11, após a repercussão na Câmara de Vereadores de um vídeo que gravou junto a outro servidor da prefeitura, Orlando dos Reis, em que ambos convidam para a marcha da maconha que acontece domingo em Palmas.

 

Ao T1 Notícias o ex-superintendente, que também já ocupou o cargo de secretário de Inclusão Social na gestão Amastha, disse que a sua exoneração foi fruto da pressão feita pelos vereadores junto ao prefeito Carlos Amastha. "Eles chegaram no prefeito e disseram que se não me exonerasse eles iam tomar outras atitudes no sentido administrativo".

 

Mamédio, que estava na Câmara durante a discussão dos parlamentares, questionou ainda o porquê dos vereadores não o terem chamado para uma conversa antes de iniciarem os “ataques”. “Quer saber a verdade então me chama e vamos fazer uma roda de conversa, não fica falando sem saber o que aconteceu”, e explicou como o vídeo foi feito. “Eu fiz o vídeo para o Orlando até em forma de brincadeira e os vereadores pegaram aquilo como uma ofensa à ética e a moral deles, que nem sei se eles têm”, disparou.

 

Neste sentido, ele disse se sentir discriminado. “No fim o sentimento que eu tenho é que eu fui um alvo muito forte de perseguição, porque se fosse o FHC que tivesse convidado ou outro estudioso da área, qual seria a reação? Fico com um sentimento de discriminação”.

 

Na ocasião ele falou ainda da sua decepção com a atitude de exoneração. “A minha vida toda foi de defesa às causas dos oprimidos e o sentimento não é de revolta, mas eu tenho um sentimento de decepção, porque o prefeito que eu escolhi para eleger e trabalhar essas discriminações está apoiando esses ‘cabeças de bagre’ que têm um falso moralismo”, ressaltou.

 

Luta

O ex-superintendente disse que apesar de tudo, mantém um sentimento de ganho e vitória. “Tomamos algumas atitudes em defesa da liberdade de expressão e das minorias, e agente paga o preço muito caro e me sinto bem porque eu não citei nome nem de A nem de B, eu só convidei o pessoal para a marcha, mas não incitei, a intenção é ir lá e debater”, relatou.

 

Ele falou ainda sobre o grande problema vivenciado na sociedade e principalmente entre a juventude. “Há um verdadeiro castelo montado em cima do tráfico e a nossa juventude é usada de forma covarde e é preciso debater sobre a legalização da maconha sim, para tentar acabar com esse império do tráfico que mata a nossa sociedade”.

 

José Mamédio aproveitou para provocar os vereadores. “Não vemos nenhum vereador convocar a sociedade para debater esse tema de grande relevância”, disparou ao lembrar a sua trajetória de luta em defesa “dos mais fracos”.

 

“Agora eu vou juntar todas as bandeiras, LGBT, Negro, das Mulheres e vou fazer o meu trabalho que eu sempre fiz. Isso me fortalece e me dá forças para continuar a minha luta”, relatou.

 

O T1 pediu informações sobre o caso à Prefeitura de Palmas, mas até o fechamento desta matéria não houve posicionamento.

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