Marcha “Vidas Negras importam” percorre ruas de Taquaralto neste sábado, 19

A caminhada será iniciada às 16h na praça Matriz e finalizada no Ginásio Ayrton Senna, onde haverá uma programação cultural e política.

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Organizações de todo o Tocantins convocam a Marcha “Vidas Negras importam”, que acontecerá neste sábado, 19, às 16h, na Avenida Tocantins, em Palmas. Em todo o Brasil o movimento negro marca o mês de novembro como um período para refletir e agir contra os impactos do racismo na população negra. Já que o dia 20 é o Dia Nacional da Consciência Negra, uma homenagem à morte de Zumbi do Palmares, quilombola que lutou contra a escravização.


Estudante de direito e ativista no coletivo Juventude negra, o Enegrecer, Diego Panhussatti, conta que o evento é parte de um movimento nacional. “A marcha surgiu como uma demanda da Coalizão negra por direitos humanos, que pediu que houvessem atos no dia da consciência negra que denunciassem o racismo e a fragilidade do estado democrático de direito e como isso afeta a população negra”.


O lema da Marcha, “Brasil sem racismo e pela democracia”, foi proposto pelo movimento nacional Coalizão Negra Por Direitos, que pretende fazer frente as manifestações antidemocráticas que acontecem em todo o Brasil após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciáveis.


A caminhada será iniciada na praça Matriz e finalizada no Ginásio Ayrton Senna, onde haverá uma programação cultural e política, com a leitura da carta de compromisso com a vida das meninas e mulheres negras que será entregue ao Governo municipal e estadual. Também terá batalha contra a discriminação racial, um momento cultural onde todas as batalhas de rima de Palmas estarão presentes.


Janaína Costa é assistente social e militante pela coletiva de mulheres negras, Ajunta Preta, e estará presente na Marcha no sábado, a ativista elenca as razões de comparecer e construir o evento. “Nós marchamos porque não aguentamos assistir caladas/os as inúmeras situações nos oprimem. Não aguentamos ver o racismo cotidiano impune, as mortes de pessoas negras, os estereótipos que nos diminuem em razão de ser quem somos”.


Para promover a participação, um ônibus cedido pela Fundação Municipal da Juventude, ligada à prefeitura de Palmas, passará nas estações da cidade e transportará os manifestantes até o local de concentração.


Em 2020, os casos de injúria racial e violência contra a população LGBTIA+ aumentaram no Tocantins, conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registradas 133 casos de injúria racial, um aumento 32,9% maior em relação ao ano anterior.


Para além da discriminação explicita sofrida pela população negra, os movimentos também denunciam que a desigualdade social e a violência atinge os negros e negras. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), 55,88% da população brasileira é negra, mas entre os 10% da população que é mais rico, apenas 27,7% é negra. Sendo que, entre os 10% dos brasileiros mais pobres, 75,2% são negros, os dados são de 2018.


Entre os grupos e organizações que constroem o evento estão: Candaces, Coletivo Julho das pretas, Movimento Negro Unificado, Ajunta Preta, Enegrecer, Movimento estadual dos direitos humanos, Unidos por um mundo melhor, Ajunta Preta, Enegrecer, Seção Sindical IFTO, Ponto de cultura, AFAA, BUG batalha de rimas, Conselho estadual de promoção da Igualdade racial, Fundação Municipal da Juventude (Prefeitura de Palmas), BDC, Coletivo Alagbara, Batalha dos cria, BDI, COEQTO, Tribo arte capoeira, Casa perolas negras, Igualdade étnico racial e educação - programa de pesquisa racial da UFT, ANCA, UNEGRO, Câmara setorial de comunidades quilombolas, SITENT, Orun Obirin. E ainda conta com o apoio do: DCE UFT, Cedeca Glória de Ivone, Coletivo Somos, Proibido Cover, ABDJ, MMM, Afronte, FENED, Para Todos, MST, PSOL 50, Coletivos adolescentes educadores ambientais, SAMBE.

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