Moradores do setor União Sul, em Palmas, denunciam venda irregular de lotes

Moradores do setor em Palmas receberam ordem de despejo no último dia 23 de janeiro para cumprir no prazo máximo de 15 dias, mas alegam supostas irregularidades no processo de reintegração de posse

Moradores de setor em Palmas procuram a Defensoria
Descrição: Moradores de setor em Palmas procuram a Defensoria Crédito: Foto: Divulgação/DPE

Nesta segunda-feira, 30, a equipe do Núcleo de Ações Coletivas da Defensoria Pública do Tocantins, coordenada pelo defensor público Felipe Cury, atendeu representantes de famílias do setor União Sul, em Palmas. Eles receberam ordem de despejo no último dia 23 de janeiro para cumprir no prazo máximo de 15 dias, mas alegam supostas irregularidades no processo de reintegração de posse. Cerca de 30 famílias ocupam uma área nas chácaras 10 e 11, no setor, há quatro meses.

 

De acordo com os representantes em reunião com o NAC, a área é de posse do Estado, mas está sendo vendida como se fosse de propriedade particular. Conforme os moradores, um suposto proprietário detém a concessão apenas para cultivo na área, há cerca de 20 anos, mas nunca utilizou a área para tal finalidade. “Ele não mora lá e nunca cultivou nada no local, não é de propriedade dele, mas ele está loteando e vendendo posse como se fosse de propriedade dele”, denuncia um dos moradores.

 

Ainda de acordo com os moradores, após detectar a ocupação, o suposto proprietário teria começado a vender lotes de forma irregular a preços acessíveis. Os moradores que não aceitaram a proposta de compra da área e continuam na ocupação foram notificados de um processo de reintegração de posse e, consequentemente, uma notificação de desocupação. Para o coordenador da NAC, o defensor público Felipe Cury, caso a informação seja confirmada, trata-se de um desvio de finalidade da concessão de uso, já que a pessoa é autorizada apenas a cultivar e não a vender lotes no local. “O que dá direito ao Estado de cancelar a concessão e retomar a área”, complementa.

 

O defensor público verificou no processo que foi marcada pela Justiça uma audiência pública no dia 16 de dezembro para debater a reintegração, porém, os moradores alegam que não foram notificados. Apesar disso, o juízo da 4ª Vara Cível da Comarca de Palmas proferiu decisão liminar determinando a desocupação em 15 dias. Diante disso, o NAC vai pedir habilitação no processo para acompanhamento jurídico do caso e irá preparar um recurso solicitando ao Tribunal de Justiça a suspensão da intimação para a desocupação. Além disso, caso ocorra a desocupação, a Defensoria deverá ser intimida para acompanhamento.

 

(Com informações da Ascom/DPE)

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