Um caso raro chamou a atenção da equipe médica da maternidade do Hospital Regional de Gurupi (HRG). No sábado, 2, a professora Lusangela Lima Lopes, de 28 anos, deu entrada na maternidade para dar à luz a gêmeos. A professora tem útero didelfo, ou seja, dois úteros e os filhos foram gerados, cada um, em um dos úteros. O caso é considerado raro.
Lusangela conta que aos 15 anos de idade recebeu a notícia de que o útero era didelfo. Ela teve dois filhos e nesta última gravidez dois óvulos fecundaram ao mesmo tempo e se fixaram um em cada parte do útero. Este caso de gêmeos gerados em úteros didelfo não é bastante conhecido pela literatura médica, sendo que no Brasil, conforme reportagem do Fantástico da TV Globo, foram registrados apenas dois casos deste tipo, um no Espírito Santo e outro em Minas Gerais e este terceiro em Gurupi. Outros dois casos de gravidez de gêmeos em úteros didelfo foram registrados nos Estados Unidos e um na Inglaterra.
O médico ginecologista/obstetra, Rodrigo Santana, explica que o útero didelfo é uma alteração genética onde foram formados dois úteros, dois colos uterinos e dois canais vaginais. Os óvulos foram fecundados simultaneamente e gestados em cada útero. Segundo o médico, mulheres com útero didelfo podem gerar normalmente, mas a raridade é haver a fecundação simultânea e, principalmente, a gravidez evoluir até o final. No caso de Lusangela ela chegou ao oitavo mês.
A professora conta que quando descobriu que a gravidez era de gêmeos e de alto risco manteve bastante repouso, sendo que no quinto mês já foi obrigada a licenciar-se do emprego para manter repouso total. Lusangela deu à luz aos meninos, Breno e Brayan, na 34ª semana de gestação. Brayan nasceu primeiro com 2.830 kg e Breno com 2.430kg. Ambos com 47 centímetros. A diferença de tempo de um para o outro foi de dois minutos.
A professora parabenizou a equipe da maternidade do HRG, pois, embora o caso seja raro e o primeiro da vida do médico Rodrigo Santana, o parto cesariano foi tranquilo e bem sucedido. “O médico e os enfermeiros foram bastante atenciosos. Deram todo o suporte. Pela gravidez ter sido de risco, tive um pouco de medo, mas graças a Deus ocorreu tudo bem”, relatou.
O médico conta que este é um caso que motiva qualquer profissional. “O médico gosta de desafio. Sempre fazemos partos cesáreos e até de gêmeos, mas um caso raro como este é bastante motivador. Já fiz uma retirada de útero didelfo e agora tive a oportunidade de fazer um parto de gêmeos”, conta satisfeito.
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