Uma mulher e sua família estão ao relento morando em cima do baldrame onde deveria ser construída a sua moradia pelo Programa do Governo Federal PAC I, na cidade de Brasilândia. A informação do secretário de Assistência Social da cidade, Waldeci Pereira, é de que ela não consegue alugar uma casa no município porque os moradores da cidade, que tem pouco mais de 2 mil habitantes, não a querem como inquilina.
Segundo o secretário, o problema maior é que por causa de uma briga política com o segundo colocado nas eleições para Prefeitura da cidade, “o grupo deles usa essa mulher que tem problemas com drogas, para tentar dizer que a nossa gestão não presta”.
Pereira disse que a moradora tem problemas com os vizinhos e que “devido o marido dela e ela terem problemas com álcool e são muito bagunceiros, os vizinhos não querem alugar casa para eles”. O secretário afirmou que a Prefeitura doou o terreno para ela, que é beneficiária do PAC, para ser construída sua casa. “Mas as obras do Governo Federal estão embargadas e o que nós podíamos fazer era pagar um aluguel social para ela”, argumentou o secretário.
O aluguel social estava sendo pago e a senhora morava há mais de um ano em uma residência na cidade, até que a dona da casa encaminhou um ofício ao secretário solicitando o imóvel de volta alegando que estava tendo problemas com a inquilina. “O marido dela ameaçou atear fogo na casa alugada”, contou o secretário. A dona pediu para que desocupassem o imóvel em 30 dias.
O secretário de Assistência Social afirmou que conversou com a inquilina e a pediu para procurar outro local que a Prefeitura continuaria pagando o aluguel social para ela. “Mas esse grupo (adversário político) foi lá ontem mesmo, pagou um caminhão para buscar as coisas dela e colocar lá no baldrame para tirar foto e fazer denúncia infundada”, disse Pereira.
Quem procurou o Portal T1 Notícias para relatar a situação foi o segundo colocado nas eleições, Francisco Camargo. Foi ele também quem encaminhou as fotos que mostram os móveis da mulher em cima do baldrame. Conforme as afirmações de Camargo, a proprietária da casa onde a família morava exigiu a desocupação do imóvel esta semana e eles não tinham para onde ir, por isso foram morar no terreno.
Mas, segundo o secretário, a dona da casa não estava no local para exigir a saída da inquilina. Pereira garantiu que a Prefeitura faz o que é possível para ajudar as famílias, mas que está esgotada. “Vamos procurar o Ministério Público para resolver a situação dela. Porque o município não consegue encontrar uma casa para alugar para aquela família”.
Pereira afirmou ainda que a Prefeitura de Brasilândia não pode ser responsabilizada pela casas ainda não estarem construídas. “É um programa do Governo Federal que está com as obras embargadas e o Ministério Público já nos orientou a não mexer nas casas para não dar problemas para gente”, disse. De acordo com ele, apenas 30% das obras iniciadas pela empresa contratada pelo Governo foram concluídas.
O secretário também disse que o município doou alguns terrenos para as famílias que foram beneficiadas pelo PAC I com a construção da casa e que não tinham a terra. A senhora que hoje mora em cima do baldrame é uma delas.
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