Nas redes, Cinthia critica os ‘sommeliers’ de vacinas e pede que tomem a que tiver

Os 'sommeliers' de vacinas são aqueles que desejam escolher qual imunizante tomar. O município vem aplicando doses da CoronaVac, Astrazeneca, Pfizer e, recentemente, da Janssen

Crédito: Edu Fortes/Prefeitura de Palmas

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), usou suas redes sociais neste final de semana para criticar as pessoas que estão rejeitando alguns tipos de imunizantes contra a Covid-19, batizados de ‘sommeliers’ de vacinas. O município vem aplicando doses da CoronaVac, Astrazeneca, Pfizer e, recentemente, da Janssen. 

 

“Perdão pela dose de sinceridade, mas está insuportável a quantidade de pessoas que chegam aos postos de vacinação e dizem: “- Só tem Astrazeneca ? Só tem Pfizer?”, desabafou a prefeita. 

 

Há relatos que um determinado público só aceita ser vacinado com as vacinas da Pfizer, que têm eficácia de 95%, ou da Janssen (eficácia de 72% a 90%), porém de dose única. A primeira é de parceria entre os laboratórios Pfizer (estadunidense) e da BioNTech (alemã). Já a outra é da Johnson & Johnson, uma empresa dos EUA. 

 

Em material divulgado pela prefeita, Amílcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em entrevista ao Jornal Extra ontem, 4, afirma que esses ‘sommeliers’ confundem informações sobre as taxas de eficácia em estudos clínicos de fase 3. 

 

Eles consideram a CoronaVac “fraca”. O imunizante produzido hoje pelo Instituto Butantan tem eficácia de 51% para primeira dose e podendo chegar a 62%, na 2º aplicação. A rejeição a Oxford/AstraZeneca (eficácia de 76% a 82%), produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil, se dá, segundo ele, pelos temores de efeitos adversos como febre, dores no corpo e demais sintomas de uma virose. 

 

"Mas as taxas não são comparáveis porque os estudos de fase 3 foram realizados em momentos diferentes da pandemia (alguns quando já havia novas variantes do coronavírus em circulação, outros não), com metodologias distintas (duração, escolha do tipo de placebo e dos grupos vacinados e de controle, por exemplo) e em países com diferentes taxas de contágio", elucida o pesquisador. 

 

Amílcar afirma, ainda, que os cientistas têm certeza de que o Brasil conta hoje com quatro diferentes vacinas e o mesmo resultado: todas se mostram seguras (efeitos adversos raros) e eficientes (redução das taxas de doença grave e morte nos vacinados). Igualmente importante: todas também têm se provado eficazes contra as variantes do vírus. 

 

Finalizando sua postagem, Cinthia ressalta “por favor, não se trata de drive thru com direito a menu degustação. Vacina boa é a que estiver disponível e pronto”.

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