A falta de fiscalização das forças de Segurança no evento com Bolsonaro que aglomerou centenas de pessoas no Aeroporto Lysias Rodrigues, em Palmas, foi questionada na manhã desta sexta-feira, 21, pelo ex-vereador Milton Neris. “Isso tudo foi planejado antes, com antecedência, essa aglomeração, e ninguém fez nada... eu acho que tem que cobrar, o MP tem que agir, a prefeitura também tem que agir”, argumentou o ex-vereador.
Imagens que chegaram ao portal mostram que um grupo foi criado no aplicativo Whatsapp mobilizando as pessoas para que fossem ao aeroporto fazer a recepção ao presidente. O nome do grupo é “Bolsonaro em Palmas” e tem cerca de nove administradores, entre eles, pessoas conhecidas do meio político palmense, que ignoraram as regras de distanciamento social determinadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS), como medida preventiva à pandemia da Covid-19. Sem mascára, o presidente Jair Bolsonaro se juntou à multidão de pessoas na porta do aeroporto de Palmas.
Procurada, a prefeitura de Palmas informou, em nota, que viaturas da Guarda Metropolitana estiveram no local. "Os agentes de trânsito e transportes foram onvocados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) e comando do Exército Brasileiro, a dar apoio com controle de tráfego no aeroporto de Palmas (área Federal) na operação que envolveu a passagem do presidente da República por Palmas e os guardas metropolitanos estiveram presentes para promover a segurança dos agentes. Todo o controle de tráfego de pedestres, aproximação, entrada e saída das dependências do aeroporto foi realizado pelo GSI, Exército Brasileiro e Infraero. Como se trata de área Federal não cabe ao município legislar no local”, diz a nota.
O portal T1 Notícias também procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado, que respondeu dizendo que a solicitação deveria ser feita à Polícia Militar. Em nota, a PM disse que "esteve no local cumprindo normalmente suas atribuições legais de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública com o objetivo de garantir a segurança das autoridades e de todos os presentes".
Também questionado, o Ministério Público Federal (MPF) informou que o fato está em análise pelo Comitê Permanente Institucional e “tão logo houver decisão sobre o ocorrido”, o portal será informado.
Prefeita
Em seu perfil no Twitter, a prefeita Cínthia Ribeiro escreveu: “o que dizer sobre uma aglomeração orquestrada para disseminar Covid-19 e antecipar uma 3ª onda? Só espero que quando o caos se instalar, os organizadores do “cavalo de Tróia” tenham sido identificados e responsabilizados. Que tragam socorro imediato para salvar vidas”.
Decretos
Dois decretos, um do Estado e outro do município, estão em vigor e proíbem aglomerações como medida de prevenção à pandemia da Covid-19. Aglomerações estão proibidas em todos os estados e municípios para que as pessoas cumpram o distanciamento social, pois oferecem risco maior de contaminação pelo novo Coronavírus e o risco de infecção torna-se maior em casos como este.
Confira a nota da Polícia Militar na íntegra:
Nota à imprensa
Em resposta a solicitação deste veículo de comunicação, a Polícia Militar informa que desde o início da pandemia tem atuado em todo Estado em conjunto com os demais órgãos do Governo na fiscalização e demais ações necessárias para conter a disseminação do vírus, inclusive com a realização da Operação Tolerância Zero.
Com relação ao evento específico, de recepção do Presidente Jair Bolsonaro, a PM esclarece que esteve no local cumprindo normalmente suas atribuições legais de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública com o objetivo de garantir a segurança das autoridades e de todos os presentes no local.
A Polícia Militar está à disposição da sociedade diuturnamente para garantir a segurança de todos.
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