Nova turma inicia curso de panificação em prisão de Araguaína; pena é diminuída

“Minha família também fica muito feliz com esta oportunidade que estou tendo, pois já tenho 50 dias a menos de pena e entendi que o que importa é ter uma profissão", garante o reeducando E.R.Santos.

Crédito: Divulgação

Novos reeducandos da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota (UTPBG), em Araguaína (TO), deram início nesta sexta-feira, 22, ao curso de Panificação que, até hoje, já formou 14 detentos dentro da unidade.

 

Uma turma de 20 pessoas participa da capacitação profissional com 180 horas de carga horária, entre aulas teóricas e práticas. O curso é desenvolvido em parceria com o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), e a empresa Pão Quentinho, que disponibiliza a instrutora para o curso. “O objetivo é capacitar os reeducandos para o mercado de trabalho, oferecendo oportunidade para uma nova perspectiva de vida, dentro e fora da unidade”, afirma a coordenadora de projetos da Embrasil na UTPBG, Suellem Cândido.

 

E.R.Santos, 32 anos, foi preso por assalto. Quando chegou à unidade, não tinha perspectivas de futuro. Lá dentro, por bom comportamento e interesse, foi selecionado para fazer o curso de Panificação, que integra um dos programas de ressocialização. Formando na primeira turma de padeiros, ele foi convidado à panificadora da unidade. Hoje, Santos tem uma nova visão sobre o seu futuro.

 

“Aprender a fazer o pão e os lanches que nós mesmos consumimos me ensinou que eu sou importante, pois posso alimentar as pessoas e, quando sair daqui, levar o sustento para minha família de uma forma digna”, conta. “Minha família também fica muito feliz com esta oportunidade que estou tendo, pois já tenho 50 dias a menos de pena e entendi que o que importa é ter uma profissão, ganhar a vida honestamente e não se envolver com a criminalidade. Este curso mudou minha vida”, garante Santos.

 

O reeducando é um dos três padeiros que atuam na panificadora e ajudam a produzir diariamente os cerca de 500 pães, bolos, tortas, salgados e roscas que são oferecidos nos lanches de todos os internos da UTPBG. “Antes, eu não tinha profissão. Hoje, tenho um ofício e sinto amor pelo que faço. Isso me deu a oportunidade de mudar de vida; me trouxe esperança”, garante Santos, que trabalha quatro horas por dia dentro da unidade e conquista a remição da sua pena. “O benefício é garantido pela Lei de Execução Penal (LEP), que permite um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho”, explica o gerente da Embrasil na UTPBG, Jean Bezerra Brito.

 

Comentários (0)