As oficinas do Plano de Manejo da APA Ilha Bananal/Cantão, que marcaram a fase de consulta sobre o diagnóstico da Unidade de Conservação (UC), foram encerradas. A programação ocorreu no último dia 14, em Divinópolis e Monte Santo. O Naturatins participou da agenda e informou ainda que outras etapas serão realizadas.
O objetivo das oficinas é envolver a comunidade na etapa de caracterização da área, ou seja, as pessoas presentes nas oficinas ajudarão a identificar e confirmar informações importantes sobre a APA Ilha do Bananal/Cantão, além de colaborar com a visão comunitária sobre essas áreas. Essa participação é fundamental para que, na próxima fase, seja possível definir corretamente as zonas de manejo.
As oficinas tiveram início no dia 3 de agosto. Ao todo foram realizadas 14 oficinas distribuídas nos nove municípios que compõem a APA Ilha Bananal/ Cantão, e contou com a participação de representantes do Conselho, instituições públicas e privadas, comunidade, produtores rurais da região, professores e estudantes de escolas públicas.
O gerente das Unidades de Conservação do Naturatins, Victor Danilo Moreto, participou das oficinas e ressaltou a importância dessas ações. “As oficinas permitiram uma escuta ativa e participativa da população local, resultando na coleta de informações valiosas para a revisão do Plano de Manejo da APA IBC. Os encontros fortaleceram os diálogos entre o órgão ambiental e as pessoas diretamente inseridas nas UCs, promovendo maior transparência e engajamento social durante todo o processo. As informações coletadas nas oficinas trouxeram subsídios importantes para o diagnóstico, ajudando a identificar desafios locais, bem como as oportunidades de melhoria para uma gestão mais eficiente e integrada da APA", destacou.
A ação integra o Termo de Convênio nº 01/2025, firmado entre o Naturatins, a Universidade Federal do Tocantins (UFT), por meio do Instituto de Atenção às Cidades (IAC); e a Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Tocantins (ADSTO).
Para a representante das mulheres agroextrativistas da APA Ilha Bananal/Cantão de Divinópolis, Maria da Ascensão da Silva, essas reuniões ajudam a discutir o que pode ajudar na preservação do Cerrado. “A oficina é muito importante porque escutamos, ouvimos e falamos o que queremos de melhor para o Cerrado, para os recursos naturais e para nossa região. Trabalhamos com produtos naturais do Cerrado, como farinha do jatobá, óleo, farinha da macaúba e geleia de frutos naturais. Trabalhamos juntas uma ajudando a outra. O Cerrado é um tesouro para nós”, afirmou.
A secretária de Meio Ambiente de Divinópolis, Larissa Fátima Emiliano, falou sobre a relevância da oficina. ”A reunião foi ótima em relação às discussões. Tivemos vários debates de excelência, o que foi muito positivo para o nosso município, porque é através desses diálogos que conseguimos trazer desenvolvimento para o nosso município”, ressaltou.
O professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), coordenador geral do projeto do Plano de Manejo da APA Ilha do Bananal/Cantão e presidente do IAC, Humberto Xavier, fez um balanço sobre as oficinas que foram realizadas. “Nós da UFT, estamos alegres em encerrarmos essa etapa após 14 oficinas com bastante mobilização social. Às pessoas participaram, estiveram ativas, tirando dúvidas, trazendo sugestões, expressando a sua dor de estar vivendo dentro de uma APA sem ter um plano atualizado. Então, nosso objetivo enquanto universidade é trazer essa imparcialidade e compatibilizar o equilíbrio entre pessoas, meio ambiente e a produção. O balanço é bastante positivo. Mais de 2 mil pessoas participaram ao longo desses últimos dias na oficina”, destacou.
O representante do Projeto de Assentamento (PA) Ponta de Pedra, do município de Monte Santo, Valmir Nunes Delvino, comentou que as oficinas trouxeram informações necessárias para o entendimento do plano de manejo. ”A reunião foi muito importante, pois nos proporcionou explicações que antes não tínhamos. Aprendemos bastante, consegui esclarecer dúvidas que tinha e agora estou mais consciente sobre o plano”, enfatizou.
O representante da ADSTO, Renato Reis, ressaltou que o evento foi positivo e que a participação da população foi necessária para atualização do plano. “Estamos finalizando as oficinas do processo de atualização da APA/IBC. A ADSTO vê de forma positiva a participação da população, os assentados, os pequenos e grandes produtores da região, expondo suas práticas, suas questões, suas visões e, principalmente, experiências sustentáveis que são realizadas no ambiente da água. Portanto, é importante reforçar a participação de todos nos próximos eventos, que acontecerão em novembro, e nas próximas ações de leitura comunitária. É fundamental reiterar o convite a todos, para que exponham suas dúvidas, anseios e principais questões, pois o plano só terá sucesso a partir de uma visão coletiva, de um direcionamento único para o desenvolvimento sustentável da região. Os dados técnicos já foram elaborados, mas apenas eles não são suficientes para garantir uma APA justa para todos”, finalizou.
Ainda serão realizadas outras fases do Plano de Manejo da APA Ilha Bananal/Cantão, e a expectativa é que, ao final do processo, o novo plano traga segurança jurídica, fortaleça a proteção da biodiversidade e se torne uma referência para outras UCs no Tocantins e em todo o país.
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