O chefe de cozinha Walterilnaldo Silva Sousa, 37 anos, procurou na manhã desta terça-feira, 23, a Defensoria Pública do Estado do Tocantins para buscar apoio para a liberação dos restos mortais de Raylane Kelly Santana de Sousa, 15 anos, localizados na sexta-feira, 19, na APA do Sussuapara, próximo à 307 Norte, em Palmas.
Segundo o pai de Raylane, seu propósito é fazer um velório e um sepultamento digno para a filha. “Ainda tínhamos esperança de abraçar e beijar milha filha, mas como não podemos fazer isso, queremos prestar uma homenagem a sua memória. Ficamos mais tranquilos em saber o que aconteceu, mas é uma dor muito grande”, disse.
O chefe de cozinha conta que no período em que Raylane ficou desaparecida, 1 ano e 4 meses, toda família sofreu muito. “Fiquei muito tempo sem dormir e comer direito. Mas tinha obrigação de lutar para que o caso não caísse no esquecimento. Nunca me conformei tínhamos que saber o que havia acontecido”, declarou o pai.
Nos próximo dias, Sousa pretende promover uma manifestação na 307 Norte para homenagear a filha, reunir pais de jovens desaparecidos, pedir apoio para que seja feita justiça para os autores de atos que provocam o afastamento de jovens de seus familiares. “Queremos paz. A violência e a impunidade não podem continuar”, resumiu.
Sobre os suspeitos de autoria do estupro, assassinato e ocultação do corpo de Raylane, o chefe de cozinha afirmou não ter palavras para expressar o que sente. “Não consigo falar nada sobre quem é capaz de tamanha crueldade com uma criança de 15 anos, que criamos com todo carinho. Nem com um animal é aceitável tamanha maldade”, desabafou.
Justiça
Jefferson Bispo dos Santos, 22 anos, o Espantalho, foi preso novamente na manhã de sábado, 20, em cumprimento a um mandado de prisão por tentativa de homicídio em junho, em Colmeia do Tocantins. Ele e o irmão Gustavo Bispo dos Santos, 19 anos, suspeitos de estuprar, matar e ocultar o corpo de Raylane Kelly Santana de Sousa, 15 anos, foram presos na manhã desta sexta-feira, 19, e libertados no final da tarde do mesmo dia, por determinação da Justiça, em Palmas.
Jefferson e Gustavo foram soltos, mesmo tendo confessado os crimes, por decisão do Tribunal de Justiça do Tocantins, que determinou a liberação dos acusados por serem réus primários e ter residência fixa. Eles foram presos na manhã da sexta na 307 Norte (Arno 33) e indicaram onde enterraram o corpo da adolescente na Área de Proteção Ambiental (APA), do Córrego Sussuapara, próximo à região das Arnos.
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