A performance “Especulação Arbórea”, realizada em Palmas pela artista "Almeida et al" durante a residência artística Escala 1:1 - Ações Humanas para Espaços Monumentais, organizada pelo Coletivo Flácido, tem repercutido nas redes sociais nos últimos dias. A ação chamou atenção ao abordar, de forma crítica e poética, a especulação imobiliária e a falta de investimento em arborização na capital tocantinense.
Na obra, placas com dizeres como “aluga-se” e “vende-se sombra” foram espalhadas pela cidade, acompanhadas de valores fictícios. A performance expõe o contraste entre o preço elevado do mercado imobiliário local e a carência de áreas sombreadas e de lazer na capital mais jovem do Brasil.
Segundo "Almeida et al", a intervenção busca provocar uma dupla leitura. “É uma performance que fala sobre a ausência de arborização e a especulação imobiliária em Palmas. As placas de aluguel e vende-se sombra juntos com os valores exorbitantes oferecem essa dupla interpretação. Quis fazer àqueles que viram as placas refletirem sobre Palmas, que, apesar de ser a capital mais jovem do Brasil, não oferece condições mais acessíveis e dignas de moradia, além da falta de investimento em arborização urbana, onde se insiste em plantar palmeira azul em vez de árvores nativas do Cerrado”, explicou.
O gestor do Coletivo Flácido, Filipe Porto, destaca que o impacto da performance mostra a importância da arte como ferramenta de debate público. “A reação das pessoas, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, mostra como a arte pode tocar em pontos sensíveis da vida urbana. Palmas precisa discutir sua relação com o espaço público, a moradia e o meio ambiente. Esse é o papel que buscamos cumprir: usar a arte como dispositivo de reflexão coletiva”.
A obra integrou a programação da residência artística Escala 1:1, que reuniu artistas locais e nacionais em Palmas ao longo de agosto para desenvolver trabalhos em torno da ocupação dos espaços urbanos.
O projeto é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc 2 operacionalizados pela Prefeitura de Palmas, por meio da Fundação Cultural de Palmas.
Comentários (0)