Pesquisa de universidade revela alta contaminação por parasitas em praças de Palmas

Os resultados da pesquisa reforçam a necessidade de integração entre comunidade, tutores de animais e órgãos públicos para prevenir e mitigar os riscos associados à contaminação por parasitas

Crédito: Divulgação

Estudantes do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Católica do Tocantins (UniCatólica) conduziram uma pesquisa inédita que revelou uma preocupante contaminação por parasitas gastrointestinais de cães em praças públicas de Palmas, Tocantins. Com amostras coletadas nas regiões Norte, Sul e Taquaralto, o estudo apontou que 48,6% das fezes analisadas estavam contaminadas. Em todas as praças foram detectadas amostras positivas, sendo as regiões Sul e Taquaralto as mais afetadas.

 

Os resultados da pesquisa reforçam a necessidade de integração entre comunidade, tutores de animais e órgãos públicos para prevenir e mitigar os riscos associados à contaminação por parasitas. Além de garantir a saúde e o bem-estar da população, essas medidas podem preservar os espaços de convivência, transformando as praças em locais verdadeiramente seguros para todos.

 

Potencial zoonótico

Esses parasitas têm potencial zoonótico, ou seja, podem ser transmitidos para humanos, causando doenças como Larva migrans cutânea (bicho geográfico) e Larva migrans visceral. A primeira provoca lesões características na pele, enquanto a segunda ocorre pela ingestão de ovos contaminados, podendo afetar órgãos internos, especialmente em crianças que colocam as mãos na boca após brincarem em locais contaminados.

 

As praças, frequentadas por famílias, crianças e seus animais de estimação, são espaços de lazer que, quando contaminados, se tornam um risco invisível à saúde pública. A pesquisa destaca a importância de campanhas educativas para conscientizar tutores sobre a necessidade de vermifugação regular dos animais e a coleta de fezes durante passeios. Além disso, medidas preventivas, como a intensificação da limpeza urbana, são fundamentais para reduzir a exposição da população a esses parasitas.

 

Uma das estudantes pesquisadoras, Giovana Buzolin, explica o trabalho: “Nossa pesquisa fez um levantamento parasitológico das praças públicas de Palmas, com orientação da doutora Simone Castro. Coletamos as fezes de animais, levamos ao laboratório e identificamos parasitas como Toxocara e Ancylostoma.. Isso evidencia a importância de ações preventivas para proteger a saúde única, englobando pessoas e animais”.

 

Prefeitura de Palmas

O T1 Notícias solicitou à Secretaria Municipal da Saúde de Palmas que se manifeste sobre essa situação e se há algum levantamento oficial sobre a salubridade das praças da Capital. Em nota, a pasta esclareceu que não realiza monitoramento específico para a presença de parasitas gastrintestinais em fezes de cães nas praças públicas, mas destacou a importância de avaliar com cautela os riscos à saúde pública associados a esses parasitas. Leia a íntegra da nota aqui:

 

NOTA À IMPRENSA

 

A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informa que a Semus não realiza monitoramento específico para parasitas gastrintestinais em fezes de cães em praças públicas. Contudo, a área técnica reforça que a presença de parasitas deve ser avaliada com cautela. Para determinar o impacto em saúde pública, é necessário compreender a natureza dos parasitas identificados, sua relevância para a transmissão de doenças e o contexto do levantamento realizado.


A prevenção de contaminações envolve medidas que incluem o compromisso dos tutores de animais em adotar boas práticas, como a vermifugação regular dos cães; recolhimento adequado das fezes durante os passeios; realização de consultas periódicas ao médico veterinário.

A Semus reitera que a gestão ambiental é um desafio constante, uma vez que as praças são espaços abertos e sujeitos à presença de diversas espécies de animais, como pássaros e roedores, além de animais domésticos. Isso torna inevitável que o ambiente tenha algum nível de contaminação.

 

 

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