Prefeito de Taguatinga deverá reduzir em 20% despesas com cargos não efetivos

MPE solicitou que prefeito Altamirando realize a redução de gastos através de Ação Civil Pública

Altamirando Zequinha (PV) já havia sido alertado sobre gastos acima do permitido
Descrição: Altamirando Zequinha (PV) já havia sido alertado sobre gastos acima do permitido Crédito: Divulgação

O prefeito de Taguatinga, Altamirando Zequinha (PV), deverá reduzir em 20% as despesas com cargos em comissão, contratos temporários e funções de confiança, conforme Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por ato de improbidade administrativa contra o gestor.

 

Altamirando Zequinha terá um prazo de 30 dias após a Justiça conceder a liminar ao pedido do MPE, o que ainda não ocorreu. As medidas deverão ser implementadas até que os gastos do município com a folha de pagamento voltem a se enquadrar abaixo do limite prudencial estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

 

Em caso de não cumprimento desta possível liminar, o MPE pede que o prefeito seja afastado do cargo.

 

Recorrente

 

O Ministério Público vem atuando no caso representado pelo promotor de Justiça Argemiro Ferreira dos Santos Neto, que expediu anteriormente uma recomendação, orientando ao prefeito a tomada de providências para o reenquadramento dos gastos com pessoal ao limite legal. Porém, não houve resposta e o gestor continuou a aumentar a despesa, elevando drasticamente o desequilíbrio fiscal do município.

 

Segundo o Promotor de Justiça, o descontrole das contas acarretou inclusive o atraso dos pagamentos dos servidores vinculados à Secretaria Municipal de Saúde.

 

Crescimento nos gastos

 

O representante do MPE aponta que a irregularidade foi identificada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). No terceiro bimestre de 2017, as despesas com pessoal em Taguatinga eram de R$ 15.160.189,13, valor que correspondia a 53,71% da Receita Corrente Líquida (RCL). Crescendo continuamente nos períodos seguintes, estes gastos alcançaram, no quarto bimestre de 2018, R$ 19.358.895,49, correspondentes a 60,78% da RCL.

 

Ainda de acordo com os dados levantados pela Promotoria de Justiça, a elevação dos gastos ocorreu tanto pelo aumento na contratação de pessoal quanto pelo acréscimo dos salários dos servidores, medidas que não poderiam ser adotadas pela gestão em razão do desenquadramento do limite legal e da falta de previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

 

Em julho de 2017, o município contava com 562 servidores. Em abril de 2018, somavam 706 servidores, segundo consta na folha de pagamento da Prefeitura.

 

O T1 Notícias tentou contato com o gestor, mas as ligações não foram atendidas.

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