A população de Palmas teve a oportunidade de conhecer melhor o projeto do BRT, que deve começar a ser implantado na Capital, em uma audiência pública ocorrida nesta sexta-feira, 27. A Prefeitura apresentou o projeto que vai ser desenvolvido e que prevê a construção de um corredor de 30,75 quilômetros e liga as regiões Norte e Sul.
O presidente do Instituto Urbano de Palmas (Ipup), Luiz Masaru, informou que como a obra ultrapassa os R$ 150 milhões, a Lei Federal exige a realização da audiência para marcar o início da licitação. A obra vai custar em média R$ 500 milhões, sendo R$ 300 milhões de recursos do Governo Federal e os outros R$ 200 milhões vão ser captados por meio de financiamento, além da contrapartida da Prefeitura que deve ser na ordem de R$ 8 milhões.
O novo sistema prevê uma revolução no transporte público da Capital e o secretário de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte, Christian Zini falou a respeito. “A locomoção e a mobilidade urbana vão ser mais fácil, pois este é um sistema que vem integrar todo o sistema de transporte através de um eixo central e vai fazer com que as regiões Central, Sul e Norte façam parte de um mesmo trabalho”, informou o secretário.
Para o prefeito Carlos Amastha (PP), a principal necessidade é a integração da região Sul com o restante da cidade. “Nossa necessidade hoje é resolver o problema da região Sul e estamos trabalhando para ter o melhor sistema de transporte público do mundo”, pontuou.
Na ocasião, o prefeito lembrou que “sociedade rica não é aquela que tem mais carro, é aquela que tem um transporte público municipal de qualidade”.
Impacto ambiental
Tendo em vista que a implantação do BRT se dará ao longo da Avenida Theotônio Segurado, mais especificamente no local onde hoje é o canteiro Central, a secretária de Desenvolvimento Urbano e Sustentável, Germana Pires, foi questionada sobre os impactos ambientais que o empreendimento pode trazer e ela foi categórica ao informar que o estudo de impacto detalhado vai ser realizado pela empresa que ganhar a licitação.
“O que nós temos é o detalhamento geral do impacto. A empresa contratada é quem vai fazer e apresentar o estudo de impacto detalhado” mais aprofundado, disse ela.
Desapropriações
O projeto do BRT deve passar dentro de algumas áreas particulares que vão ter que ser desapropriadas, mas segundo informou o secretário Christian Zini, “a população pode ficar tranquila que a Prefeitura jamais vai fazer alguma coisa que prejudique a população e todos vão ser ouvidos”.
Vão ser mais de 100 lotes e 61 residências impactadas na região Sul e, segundo Zini, os lotes são mais fáceis de trabalhar a indenização tendo em vista que não tem edificações, o que dificulta quando se pensa nas casas. “Essas pessoas já foram contatadas, assistentes sociais já visitaram, o município fez inclusive uma agenda para discutir caso a caso na próxima semana já para que a gente apresente para o morador”, informou.
Nessas reuniões, conforme informou o secretário, os moradores vão receber a proposta, vão ter acesso à minuta do contrato e analisar se a proposta apresentada pela Prefeitura atende as suas necessidades.
Vantagens
Segundo o presidente do Ipup, o BRT vai trazer inúmeras vantagens ao transporte público da Capital. “A prioridade vai ser total para o transporte público. Nas pistas, que vão ser exclusivas para o transporte público, tudo vai ser feito para que o motorista não tenha nenhuma interferência no seu trajeto”, disse.
O projeto apresentado conta com um corredor exclusivo para os ônibus, alta tecnologia veicular, estações de transferência e integração climatizadas e fechadas com informações aos passageiros em tempo real, além de espaço para serviços, como bancos e correios.
População presente
A audiência pública, que teve a presença de autoridades, como a deputada Luana Ribeiro (PR), vereadores de Palmas e secretários, contou ainda com grande adesão da população, inclusive a presença dos acadêmicos da Universidade da Maturidade (UMA). Ao T1 Notícias, a coordenadora da UMA, professora Neila Osório, falou que a presença do grupo se dá pela necessidade de ser fazer ativo na sociedade.
Segundo ela, a maioria dos idosos “utiliza o transporte público e é o meio pelo qual vão para universidade, vão para o seu lazer. Ficar reclamando que não tem isso ou aquilo é muito simplório. Quem está dentro da universidade tem que vir opinar, conhecer e depois se mobilizar de maneira digna. Velho não pode ser elemento de estorvo para o progresso, temos que ser elementos para enriquecer uma cidade”.
Para o prefeito Amastha, a participação da sociedade é fundamental. “A população é quem sofre mais os efeitos. O projeto vai crescendo e vai melhorando, apesar de não estar nas mãos de nós populares, definir tecnicamente o projeto, mas certamente nós conhecemos os gargalos e podemos contribuir”, disse.
A licitação
Os gestores da Prefeitura apresentaram o modelo de licitação pelo qual vai ser feita a escolha da empresa: será por meio da Contratação Pública Diferenciada (RDC), que tem a característica de encurtar o tempo do processo e o custo dos projetos, pois adota o critério de inversão de fases e vai ser utilizado pela primeira vez em Palmas.
Segundo as informações, além da celeridade, o RDC vai reduzir os riscos para a administração, vai trazer economicidade e garantir o uso das inovações tecnológicas.
A modalidade se dá de forma presencial, 90 dias após a publicação do edital e o julgamento acontece por técnica e preço. Neste modelo a empresa que ganhar a licitação terá um prazo máximo de 48 meses para entregar o empreendimento.
Comentários (0)