Famílias que adquiriram apartamentos no Condomínio Clube Mirante Du Park, entraram em contato com o T1 Notícias para reclamar que a empresa JRC Engenharia atrasou a entrega dos imóveis, gerando novos custos aos proprietários. Ao todo, são 240 unidades distribuídas em duas torres. A empresa reconhece que estourou o prazo, mas justifica que primou pela qualidade, corrigindo todos os itens apontados na vistoria a fim de entregar os apartamentos em perfeitas condições. No momento, a documentação está em cartório para liberar a criação do condomínio que vai gerir os imóveis.
De acordo com Andréa Cristina Andrade, proprietária de um dos apartamentos, os imóveis deveriam ter sido entregues no dia 21 de janeiro deste ano, dois anos após a assinatura do contrato. “Como existe uma cláusula no contrato em que a construtora teria mais 180 dias de carência, aguardamos até o fim do prazo, que encerrou no dia 21 de julho e não recebemos nossos apartamentos”, disse.
Andréa Cristina explicou ainda que a Empresa veiculou na imprensa campanha publicitária em homenagem ao dia do corretor de imóveis, em que dizia já ter entregue 240 apartamentos. "Todos nós ficamos muito indignados porque não recebemos nossos apartamentos e vimos a empresa divulgar como se já estivéssemos morando neles. Isso é um desrespeito", concluiu.
O sub-síndico do Condomínio, advogado André Zaratin, falou que um dos maiores problemas está no desencontro de informações por parte da Empresa, pois ao entrar em contato, os proprietários dos apartamentos não recebem os esclarecimentos devidos. “Em alguns momentos eles dizem que o problema é da Caixa Econômica, que ainda não fez a vistoria, depois falam que aguardam a liberação do Habite-se definitivo, ou do Cartório, e enquanto isso, vamos sendo empurrados, aumentando nossos gastos”, destacou.
Zaratin disse ainda, que parte dos proprietários, estão se mobilizando para entrar com processo contra a empresa, devido a demora em entregar os apartamentos. “Nós sabemos que não é só pegar um imóvel pronto e entrar para morar, é preciso que a documentação esteja completa, pois sem ela não tem como contratar segurança, equipe de limpeza, por exemplo”.
JRC diz que atraso foi devido a trâmites burocráticos
Ao T1 o representante da empresa JRC Engenharia explicou que as duas torres já estão prontas e dois apartamentos já foram entregues, porém devido a trâmites burocráticos, os moradores ainda não receberam a documentação e pegaram as chaves. Com o impasse criado entre os proprietários que querem receber as chaves e os que preferem aguardar a criação do condomínio, a empresa decidiu ontem, terça-feira, 16, liberar os apartamentos aos que quiserem receber agora.
De acordo com a empresa, o documento habite-se, emitido pela Prefeitura de Palmas, foi liberado apenas no dia 23 de agosto e, a partir desta data, a construtora deu prosseguimento aos demais documentos necessários para a liberação dos imóveis.
A JRC disse ainda que sua parte já foi concluída, uma vez que toda a documentação necessária para liberação dos apartamentos já foram entregues ao Cartório de Registro de Imóveis. A empresa afirmou que a responsabilidade agora é do síndico, que deverá retirar o CNPJ do prédio para proceder com as medidas de segurança, necessárias para os moradores.
Síndico aguarda liberação de documentos no Cartório
Este Portal entrou em contato com Paulino Pereira, representante da empresa Masper Síndico Profissional Ltda, que explicou a necessidade de aguardar o registro do empreendimento imobiliário no Cartório de Registro de Imóveis. Para ele, somente com a personalidade jurídica do condomínio poderá montar a estrutura necessária para proporcionar segurança aos moradores.
De acordo com Paulino, foi realizada uma assembleia geral na última quinta-feira, 11, com os proprietários dos imóveis, em que ficou acertado que todos aguardarão até a semana que se inicia no dia 13 de outubro e a partir dessa data será realizada outra reunião para tomar novas decisões.
“De fato houve atraso da empresa ao entregar as obras, mas os proprietários precisam entender que do momento em que o prédio fica pronto até o momento de entrar para morar, demanda certo tempo, pois existem questões burocráticas a se resolver, com a Prefeitura, a Receita Federal e o Cartório, por exemplo”, pontuou Paulino.
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