Os cerca de 50 indígenas venezuelanos da etnia Warao refugiados que estão acampados em uma área ao lado do Terminal Rodoviário da Capital deverão ser abrigados temporariamente no Centro Social Carmelita, localizado no distrito de Luizimangues, em Porto Nacional, próximo ao lago, cedido pela Arquidiocese de Palmas.Assim como milhares deles por todo o Brasil, eles buscam refúgio da crise política e econômica na Venezuela. Eles deverão receber cestas básicas por um período de até 3 meses. Outras doações ficarão à cargo da Defesa Civil fazer o recebimento e a triagem.
Nesta sexta-feira, 22, representantes das secretarias de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas); da Saúde (SES); e da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) estiveram reunidos no Ministério Público Federal (MPF), juntamente com outras entidades federais e municipais, atendendo a uma solicitação do procurador da República, Álvaro Manzano. A representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Sara Sánchez, o representante do Centro Social Carmelita, Frei Felisberto, e do Exército participaram. O objetivo da reunião foi discutir e mobilizar uma força-tarefa em prol das famílias de indígenas em Palmas e Porto Nacional.
“A localização do abrigo temporário é interessante, porque a atividade dos indígenas venezuelanos é a pesca artesanal e, com a proximidade do lago e o apoio do Governo, os indígenas poderão praticar a mesma atividade que praticavam”, argumentou a diretora do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e Programas Especiais da Setas, Halana Magalhães.
O secretário da Setas, José Messias Araújo, que também participou da reunião, falou sobre a importância das instituições públicas e entidades sociais, como a Secretaria de Assistência Social de Palmas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o MPF, a Defensoria Pública Estadual, o Ministério Público Estadual (MPE), entre outras, estarem aliadas com o propósito de achar uma solução para o caso das famílias de refugiados que estão desabrigados em Palmas. “Trata-se de cuidar de vidas, por isso de imediato já achamos um local provisório para abrigar as famílias indígenas, proporcionar qualidade de vida e acolher da melhor forma possível”, ressaltou.
Outras rotas
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) também está prestando assistência necessária às famílias. A técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), Arlete Otoni, informou que a Saúde Estadual em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde de Palmas e Porto Nacional farão um plano de ação para o recebimento de novos refugiados. Além disso, a gestão Estadual está em contato com os demais municípios, que são possíveis rotas de entrada, para verificar a presença de novos venezuelanos em território tocantinense.
Vacinação
“A Semus [Secretaria Municipal de Saúde] de Palmas já fez um atendimento inicial com as famílias de refugiados que se encontram na cidade, com vacinação de crianças e adultos. No grupo, existem recém-nascido e gestante que terão um acompanhamento na Atenção Básica, com suporte de retaguarda dos hospitais Maternidade Dona Regina, Infantil de Palmas e caso necessário o Hospital Geral”, explicou Arlete Otoni.
No que diz respeito ao atendimento educacional, a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) já está adotando as providências para que os refugiados em idade escolar tenham garantida matrícula no sistema de ensino. No âmbito da Educação estadual, estão acompanhando as discussões, a diretora de Políticas Educacionais Jandira Rodrigues Aquino Lima, e o gerente de Educação Indígena, Waxyi Maluá Karajá.
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