Ruínas da Igreja Nossa Senhora dos Rosário é reinaugurada em Chapada da Natividade

Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) participou do evento e será parceira nas ações de conservação do patrimônio cultural

Crédito: Manoel Jr/Governo do Tocantins

Após reparos emergenciais de estabilização estrutural, as Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada em Chapada da Natividade, foram reinauguradas com a presença da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), nessa quarta-feira, 23. C


“Chapada da Natividade é o único quilombo urbano do Tocantins, então precisa haver um olhar muito especial para essa comunidade. Chapada está sendo presenteada com um bem constitucional, sua preservação está prevista na Constituição Federal, porque é a cultura viva. O povo que não tem cultura é um povo morto e Chapada mostra que é um povo vivo. É precioso ter o povo de Chapada na história do Tocantins, do povo do quilombo”, disse a diretora de Proteção aos Quilombolas da Sepot, Ana Mumbuca.

 
O evento iniciou com solenidade na Câmara Municipal de Chapada da Natividade, seguido de visita às ruínas, com explicação sobre os reparos executados, com a presença de alunos de escolas públicas, sociedade civil e representantes do legislativo e executivo.

 
A superintendente do Iphan no Tocantins, Cejane Pacini, explicou que com a finalização da estabilização emergencial da estrutura da ruína será realizado o serviço de arqueologia para conhecer a historicidade de como ela foi construída. Pacini conta que durante a execução, “foi pedido que fizéssemos ações de valorização do quilombo, então estamos dialogando com a rede parceira, foi quando convidamos a Sepot para unirmos forças para fortalecermos a cultura”, contextualizou.


“Fico feliz e grato, porque ela estava desmoronando e com essa restauração ficamos felizes com a conquista. Espero que possamos preservar e manter essa ruína em perfeitas condições”, disse o professor e presidente da Associação Comunitária dos Quilombolas, Felipe Dionísio de Santana.


Processo de conservação


As ruínas são constituídas por pedras e barro, então a vegetação cresce nas paredes, explicou a superintendente do Iphan, por isso o trabalho de conservação contou aplicação de insumos para remoção das raízes e posterior desmontagem e montagem de alguns trechos com técnicas específicas, como fotografias e enumeração das pedras, aplicação de cal e reforço na fundação. O objetivo foi preservar a historicidade.


“Foi uma experiência única. Enumeramos pedra por pedra, descemos e depois subimos de novo até o mesmo lugar e posição. Foi uma grande experiência pra gente. Fizemos de coração”, explicou o administrador da empresa responsável pelo serviço, Waldivino Francisco Mars.

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