Uma reunião que durou cerca de duas horas e meia na tarde de ontem, terça-feira, 3, na sede da Semed - Secretaria Municipal de Educação, em Palmas, retomou as negociações entre Prefeitura de Palmas e a Regional Palmas do Sintet, após o fim do movimento grevista na semana passada. A gestão apresentou uma proposta que contempla a reposição das aulas, a partir de um calendário a ser discutido em cada unidade e com os representantes sindicais e de pais, e que seria feita no mês de janeiro. O pagamento dos pontos cortados seria feito na folha de janeiro, a ser paga em fevereiro.
Representando o sindicato e acompanhado por mais duas diretoras e a assessora jurídica do Sintet, José Roque rechaçou a proposta do Município, requerendo o pagamento dos pontos descontados antes da reposição das aulas. A reunião aconteceu num clima inicialmente tenso, com desabafos de lado a lado, e terminou com o agendamento de um novo encontro nesta quarta-feira, 4, quando o secretário Danilo de Melo dará a resposta aos sindicalistas do grupo de secretários envolvidos nas áreas de finanças e planejamento, e do prefeito Carlos Amastha.
Uma proposta intermediária foi feita, de devolução dos pontos cortados referentes aos finais de semana e feriados, numa folha complementar, e o pagamento dos demais pontos após a reposição dos mesmos. Presente à reunião como convidado, o presidente da Câmara Municipal, vereador José do Lago Folha Filho solicitou que o município veja a possibilidade de devolver também de forma imediata o pagamento da GRC, gratificação que ajudaria a recompor as perdas geradas pelo corte dos dias letivos, acrescidos dos descansos semanais e feriado.
Município propõe pagar benefícios até janeiro caso Orçamento seja aprovado este ano
A proposta feita pelo secretário Danilo de Melo ao Sintet pode ser resumida os seguintes pontos: reposição de aulas em janeiro (uma vez que o calendário deste ano não permite), com pagamento de pontos cortados na folha de janeiro, a ser paga em fevereiro; pagamento dos benefícios pendentes referentes aos meses de janeiro a agosto de 2016 (R$ 597.375,55) até o mês de dezembro; publicação em duas semanas de portarias contendo as progressões já analisadas e que compreendem o período que vai até agosto de 2016; pagamento de R$ 518.173,69 referentes a passivos devidos a servidores inativos e cedidos. O resumo dos benefícios a serem pagos e que correspondem a direitos adquiridos entre janeiro e agosto de 2016 referem-se a progressões verticais e horizontais, mais titularidades.
“Todos os pontos são negociáveis, desde que haja acordo em torno da devolução do corte de pontos que nos consideramos além de injusta, ilegal”, disse o dirigente José Roque ao T1 Notícias, no final da reunião.
“Convidamos o presidente Folha, por que só poderemos honrar compromissos financeiros a partir de janeiro se o orçamento foi aprovado este ano ainda. Dentro do exercício. Se ficar para o ano que vem, só lá para março, e olhe lá”, argumentou o secretário de Educação.
“O sindicato provou que tem 19 e não só 12 vereadores. É uma questão de articulação, por que muitos pares não querem votar o orçamento este ano”, respondeu o vereador, diante dos sindicalistas.
Arrefecer o ânimo nas escolas
O professor Danilo de Melo, que usou da fala em vários momentos para reclamar do clima tenso nas escolas, pediu que os dirigentes atuem para amenizar o clima tenso nas escolas. “É preciso cessar as agressões dos que fizeram greve contra os que não aderiram ao movimento”, pediu o secretário.
“É difícil falar para pessoas que receberam R$ 0,79 centavos no contracheque que elas tem que ter cabeça fria”, respondeu uma das dirigentes.
A reunião foi o primeiro momento de encontro dos dois grupos após a greve e serviu para colocar as mágoas de lado a lado na mesa.
“Se houver a devolução do corte de pontos a gente consegue distensionar… se não, vai tensionar ainda mais”, sustentou Zé Roque durante o encontro.
O sindicato concordou com a aplicação de falta para os professores que não retornaram às salas de aula nos dias 27 e 28, após a suspensão do movimento paredista. A Semed, por sua vez, não descontará as faltas dos dias 25 e 26.
Estiveram presentes Rose Marques, Érica Vieira, pelo Sintet, a presidente da Associação ds diretores, e uma representante dos CMEIS. O T1 Notícias acompanhou a reunião a convite da Semed para registrar o início da rodada de negociações. Toda a reunião foi gravada e os áudios disponibilizados à secretaria regional do Sintet, Érica Vieria.
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