Servidores do município de Brejinho de Nazaré estão protestando há sete meses por melhorias salariais e contra as atuais condições de trabalho. Os profissionais da saúde estão usando roupas pretas desde o mês de novembro de 2013, como forma de chamar a atenção da Prefeitura.
Segundo a técnica de enfermagem Marcília Rocha Aires, concursada no município há 10 anos, além das precárias condições de trabalho, o plano de progressões verticais e horizontais, aprovado em maio deste ano, até o momento não foi respeitado pelo poder público.
“Na prática, estou recebendo bem menos de um salário mínimo por mês. A Prefeitura fala que não tem como melhorar nosso salário, mas não para de contratar novos servidores”, explicou Marcília.
A servidora reclamou ainda das condições do Hospital Municipal, que não estaria servindo alimentação aos funcionários e pacientes há cerca de um ano. “Além da falta de comida, o filtro de água está vencido há pelo uns dois anos e quando falei que ia denunciar, ameaçaram me transferir. Já até chegou o documento mandando eu ir para o Programa de Saúde da Família e como pago plantão em Palmas, com essa transferência não sei como vou trabalhar”, frisou Marcília.
Resposta da Prefeitura
O assessor de gabinete da secretaria municipal de administração de Brejinho de Nazaré, Elmírio Aires Barbosa, informou que foi realizada uma reunião entre a Prefeitura, o Sintras, o Conselho Municipal de Saúde e uma comissão formada pelos servidores, em que foi discutida uma valorização salarial no Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR).
“Como foi criado um Projeto de Lei para esse Plano, já encaminhamos para a Câmara de Vereadores e agora aguardamos a votação para ser sancionada pelo prefeito”, disse Elmírio.
Quanto à transferência da servidora, a secretária de Saúde do município, Camila Aires, negou que tenha sido uma retaliação. Ela informou que essa medida ocorreu por uma necessidade de atender à crescente demanda da Unidade de Saúde da Família, do centro da Cidade. “Como a servidora Marcília é uma das mais conceituadas e nós precisamos de alguém com o perfil dela, resolvemos fazer essa remoção”, explicou Camila.
A secretária comentou ainda que o filtro de água não foi substituído antes por dificuldades com a documentação do equipamento de bebedouro e pela falta de mão de obras especializada na cidade, mas ela garantiu que ainda nesta segunda-feira, 09, o problema será solucionado.
Já sobre a falta de alimentação, a secretária disse que a queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) prejudicou a distribuição das refeições e, como medida, a Prefeitura está trabalhando para transformar o Hospital em uma Unidade de Saúde da Família, como forma de melhorar o atendimento e as arrecadações de recursos para a Saúde.
Sobre o PCCR
A reunião que decidiu as diretrizes do PCCR foi realizada no dia 16 de maio deste ano, mas segundo o assessor da Prefeitura, só foi protocolado na Câmara de Vereadores na manhã desta segunda-feira, 09.
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