O corpo de Lucas Lustosa, de 18 anos, morto em confronto com o policial militar Ivan Borges, na última sexta-feira, 1º, durante assalto a um estabelecimento comercial em Palmas, foi velado na Câmara Municipal de Barrolândia, fato que dividiu opiniões da população do município e gerou polêmica nas redes sociais.
Ao Portal T1 Notícias o presidente da Câmara, vereador Paulo Valdeis Soares, disse que liberou a Casa de Leis do município para que o velório ocorresse porque foi um pedido do pai de Lucas, Edvaldo Lucena Maciel. “O rapaz é filho de família tradicional na nossa cidade, quando o pai dele me pediu não tive como recusar porque é uma família sem mancha nenhuma e que são muito queridos aqui”, disse o vereador.
Paulo Valdeis disse ainda que a população ficou com opiniões divididas, mas ele preferiu atender ao pedido da família. “O que fiz também teve opinião positiva de algumas pessoas, porque sabem que a família não tem culpa do que aconteceu com o rapaz. Ele infelizmente acabou fazendo uma coisa errada e deu no que deu”, disse o parlamentar.
O velório aconteceu no sábado, 2,ocasião em que a Câmara Municipal permaneceu com bandeiras a meio mastro, em sinal de luto.
Federação de Militares repudia velório na Câmara
Por meio de nota, encaminhada ao Portal T1 Notícias a Federação dos Praças Militares do Estado do Tocantins, que reúne associações que representam Policiais Militares de todo Estado, repudiou a atitude da Câmara de Vereadores de Barrolândia "que abriu as portas para velar o jovem Lucas Lustosa Maciel, suspeito de matar, na ultima sexta-feira (01), o policial militar Ivan Borges de Lima". A Federação disse ainda que o ato caracteriza inversão de valores.
Confira a nota na íntegra:
Nota
A Federação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (FASPRA-TO), através desta nota, repudia o ato da Câmara de Vereadores do Município de Barrolândia - TO, que abriu as portas para velar o jovem Lucas Lustosa Maciel, suspeito de matar, na ultima sexta-feira (01), o policial militar Ivan Borges de Lima.
A Federação entende que a atitude da casa de leis ofende toda a categoria militar, a sociedade e os familiares que perderam o SD Ivan de forma tão injusta e inesperada. Com todo respeito à família de Lucas, mas não podemos tentar encobrir o fato de que o jovem era um criminoso. Em tempos de crise econômica e social, o ato da Câmara de Vereadores é exemplo típico da inversão de valores na qual um criminoso é sepultado com “honrarias” em detrimento da imagem de um agente de segurança morto na tentativa de impedir o crime.
Sobre o caso
O soldado Ivan Borges de Lima foi morto na ultima sexta-feira (01), alvejado durante uma troca de tiros na tentativa de impedir uma pratica de assalto na Ferrotec, quadra 1.012 Sul em Palmas.
Estão filiadas à Federação das Associações de Praças Militares do Estado do Tocantins as seguintes entidades:
Associação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (APRA-TO) / Associação dos Praças e Servidores Militares do Estado do Tocantins (ASPRA GURUPI) / Associação Independente de Cabos e Soldados e Demais Praças do 7º e 3º BPM (ASSICASOL) / Associação dos Cabos e Soldados de Colinas (ACS COLINAS) / Associação dos Cabos e Soldados do 5º BPM do Estado do Tocantins (ACS PORTO NACIONAL) / Associação dos Militares de Paraíso e Região (ASMIRPAR) / Associação dos Cabos e Soldados de Dianópolis (ACSD) / Associação dos Praças do Bico (ASPRA BICO)
Nota de repúdio do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol)
O Sindicato dos Policias Civis do Estado do Tocantins (Sinpol-TO) vem a público repudiar o ato da Câmara de Vereadores do município de Barrolândia-TO, que abriu as portas para velar o assaltante Lucas Lustosa Maciel, suspeito de matar, na última sexta, 1º, o policial militar Ivan Borges de Lima, durante tentativa de assalto, na região sul de Palmas.
Para o Sinpol-TO, o ato é um desrespeito à sociedade, aos familiares do policial e a todas as categorias de policiais do Estado, que vem cumprindo com seus deveres, mesmo com falta de estrutura, de armamento, de veículos, entre outros aparelhos que possibilitam o exercício policial.
Este sindicato ressalta ainda que a Câmara de Vereadores é a “casa do povo”, local onde trabalham os representantes da população, eleitos democraticamente e que têm como papel fiscalizar o trabalho do prefeito e a elaboração das leis. O uso do local para velar um suspeito de homicídio, fere o princípio da moralidade e os princípios éticos da sociedade.
(Atualizada às 09h19, de 05/04)
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