Troca de nome da Sedes sem indicação de um negro no comando gera notas de movimento

Várias entidades representativas do movimento negro no Tocantins emitiram nota condenando o que chamam de racismo estrutural, ou seja, a nomeação de duas pessoas brancas na cúpula da secretaria

Indicação de Nélio Lopes como Superintendente não foi suficiente
Descrição: Indicação de Nélio Lopes como Superintendente não foi suficiente Crédito: Secom Palmas

A troca de nome da antiga Secretaria de Desenvolvimento Social  (Sedes) para Secretaria Municipal de Políticas Sociais e Igualdade Racial  com a nomeação da professora Cleizenir Divina dos Santos como titular e Higor de Sousa Franco para secretário-executivo, duas pessoas brancas, provocou reação na manhã desta quarta-feira, 24, nos grupos de integrantes do movimento negro de Palmas. 

 

No começo da tarde desta quarta-feira uma nota foi publicada no Instagram do Movimento Negro Unificado (MNU). Na nota, embora destaque  a importância da retomada da política de combate à desigualdade racial por parte da Prefeitura da Capital, o movimento condena o que chama de racismo estrutural na nomeação de duas pessoas brancas para a cúpula da secretaria. 

 

Militante do movimento negro e ex-vice-presidente da Fundação Cultural, o ativista Nélio Lopes foi indicado para a Superientência de Igualdade Racial, porém sua nomeação não acalmou os ânimos da militância negra. 

 

Nos grupos de Whatsapp circula a informação de que essa mesma superintendência já existia na gestão do ex-prefeito Carlos Amastha, sendo extinta no primeiro mandato da prefeita Cinthia Ribeiro, só agora sendo retomada. Expressivas lideranças do movimento negro apontaram também o fato de nenhuma politica de igualdade racial ter sido implantada nos últimos anos. Nem mesmo a legislação federal que torna obrigatório o ensino História e Cultura Africana nas escolas dar rede pública foi adotado em Palmas e nem no âmbito do currículo estadual.

 

A política de igualdade racial adotada pelo Governo Federal, por meio do mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva tem provocado alterações na estrutura de governos estaduais e municipais, com a consequente implantação de pastas destinadas a essa pauta em todo País. No caso da prefeitura de Palmas, a alteração feita no nome gerou expectativa de que a gestão aproveitasse um líder do movimento negro como secretário ou subsecretário da pasta, o que não ocorreu.

 

O Portal T1 Notícias solicitou à Prefeitura de Palmas que envie um posicionamento sobre o fato. Confira aqui a nota do MNU, que também pode ser vista no perfil do movimento em seu Instagram.

 

Ajunta Preta

Em nota, o Coletivo Feminista de Mulheres Negras do Tocantins (Ajunta Preta) também divulgou nota de repúdio diante da nomeação de uma mulher branca para o comando da Secretaria Municipal de Políticas Sociais e Igualdade Racial de Palmas. Veja a nota aqui.

 

A Secretaria de Combate ao Racismo do PT-TO também manifestou seu repúdio.  Confira Aqui.

 

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