Mascarenhas garante que intervenção no Banco BVA não traz prejuízos para o TO

Instituição tem situação econômico-financeira comprometida, diz BC. Mas segundo o presidente interino do Igeprev, Lucio Mascarenhas, não há risco de prejuízo para o Estado mesmo com investimento.

Secretário garante que não haverá prejuízos
Descrição: Secretário garante que não haverá prejuízos Crédito: Divulgação

O secretário da Administração, Lucio Mascarenhas, que também responde interinamente pelo Igeprev, em entrevista ao Portal T1 Noticias, informou que a intervenção decretada pelo Banco Central no Banco BVA não causa prejuízo para o investimento que o Estado tem na instituição financeira.

 

De acordo com o secretário, o investimento de cerca de 70 milhões de reais foi feito desde 2009 e sempre foi rentável para o Estado. “Esse investimento não é de ontem, nem de hoje, há anos temos esse investimento que sempre foi muito rentável para o Estado. O que tem que ficar claro é que há apenas uma intervenção, poderia haver prejuízo se tivesse sido decretada falência, o que não é o caso”, informou.

 

Ainda de acordo com Mascarenhas, o Igeprev sempre acompanha o que passa no Banco e por meio da intervenção o problema apontado pode ser corrigido. “O Igeprev tem informações e participa de assembleias. Pelo que sabemos parece que o banco devia ter feito uma aporte de capital que não foi feita, mas que deve ocorrer logo, logo. Nunca tivemos nenhum problema com esse banco e nessa intervenção os problemas podem ser corrigidos. È só lembrar o caso do banco Panamericano”, informou.

 

Sem prejuízos

O secretário fez questão de deixar claro que na atual situação não há risco de prejuízos para o Estado. “Não há risco algum, vamos acompanhar a situação, esperar que os Bancos se manifestem. Mas até o momento consideramos isso como uma situação que pode ocorrer em qualquer lugar”, disse.

 

Lembrando

O secretário ainda lembrou que em agosto o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da Diferencial Corretora, que administrava era um fundo de 150 milhoes do Igeprev.

 

Segundo Mascarenhas, na época, assim como agora, ele afirmou que não haveria prejuízo para o Estado. “ Eu disse isso e muitas pessoas disseram ate que era uma declaração mentirosa, mas de fato o Estado não perdeu seuqr um centavo com o que aconteceu. E agora volta a afirmar que enquanto não se falr em falência não há risco de prejuízos”, finalizou.

 

Intervenção

O Banco Central informou que foi decretada nesta sexta-feira (19) intervenção no Banco BVA S.A., com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em decorrência do "comprometimento da sua situação econômico-financeira e do descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição".

 

O banco BVA detém, segundo a autoridade monetária, 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos, com sete agências localizadas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

 

"O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis", acrescentou o BC.

 

 Nos termos da lei, acrescentou a autoridade monetária, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.

 

Lucro

De acordo com balanço da instituição financeira, o lucro líquido registrado no exercício de 2011 foi de R$ 63,2 milhões, contra R$ 89,4 milhões no ano anterior. Os ativos encerraram o exercício em R$ 6,74 bilhões, alta de 48,8%.

 

Avaliações de agências de risco


A agência de classificação de risco Fitch informou em nota, divulgada nesta sexta-feira, que a intervenção do BC no BVA não deverá procurar qualquer impacto no sistema bancário brasileiro.

 

"Esse é um banco pequeno, focado no 'middle market', cujos ativos totais de empréstimos representam menos de 1% do total de ativos de todo o sistema bancário", diz a nota.

 

Diante da demora em divulgar os resultados financeiros semestrais, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou, no final de setembro, o rating de força financeira do banco BVA S.A. para E de E+, bem como seus ratings de depósito de longo prazo em escala global, em moedas local e estrangeira, para Caa1 de B2.

 

"O rebaixamento dos ratings do BVA incorpora a incerteza sobre seu desempenho financeiro dado o atraso da publicação dos relatórios financeiros semestrais. Os últimos relatórios financeiros publicados para o ano fiscal de 2011 reportaram um enfraquecimento da qualidade dos resultados, também afetados pelos altos custos operacionais e de crédito, à medida que a qualidade de ativos deteriorou, apesar de um crescimento de crédito robusto e rápido", disse a Moody's, em nota.  

 

No relatório, a agência mostrou-se "preocupada que as tendências identificadas no desempenho do BVA em 2011 persistam, com efeito negativo sobre a rentabilidade e, particularmente, sobre adequação de capital". (Com informações do G1)

 

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