8 de Março - Uma data política e histórica

Professora Msc.Ana Cléia Gomes
Descrição: Professora Msc.Ana Cléia Gomes Crédito: Divulgação

O dia 8 de março foi oficializado como Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, mas é comemorado desde o início do século 20. É um dia que representa a luta das mulheres do início daquele século, mulheres que dedicaram suas vidas a lutar por igualdade de direitos, melhores salários e melhores condições de trabalho para todas.

 

A data não foi criada para lembrar uma tragédia, como a história falsa de que operárias teriam sido queimadas num incêndio proposital. Na verdade, ela foi criada para lembrar a história de décadas de engajamento político de muitas mulheres que sofreram na pele a exploração que é motivada pela diferença entre os sexos, e para comemorar o protagonismo (papel principal) das mulheres nas suas conquistas políticas.

 

Grandes empresas, instituições e órgãos insistem em presentear as mulheres com flores, maquiagens e outros presentes nesse dia, com a intenção encoberta de desviar o foco dessa data. O dia 8 de março deve lembrar sempre a urgência de mulheres a terem salários e jornadas de trabalho iguais aos dos homens, além de receberem respeito aos seus corpos e vidas e terem seus direitos garantidos.

 

8 de março e o feminismo

 

Esta é uma temática que carece ser estudada todos dos dias, em todos os espaços, onde nós estivermos, estamos em um momento em que nós mulheres sofremos violências de todos os tipos. A violência política, que tem sido evidenciadas por aquelas que estão em espaços políticos e de poder,  que ultimamente  tem sofrido  bastante, pois, é sabido que o mundo político foi praticamente criado para os homens, nossa inserção na política veio após a conquista do direito ao voto, que significa muito, mas, atualmente, o retrato nas mídias das violências expostas pelas mulheres mandatárias nos deixa triste e ainda, somos a minoria no parlamento e nas demais instituições, isso reflete e impacta negativamente nas políticas para as mulheres, e assumir esta pauta que custa caro para nós mulheres de luta, enfrentar o machismo e o patriarcado, não é uma tarefa fácil, requer persistência, resiliência e resistência.

 

Lutas e conquistas das Mulheres

 

Importante dizer que avançamos, no que tange aos direitos garantidos, das políticas públicas, na política, nos espaços de decisão e de poder, consideramos um avanço a implementação da Lei n°14.611, promulgada em 3 de julho de 2023 que dispõe sobre a igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre homens e mulheres para a realização de trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função, mas o que nos falta ainda? Não só a garantia dos direitos, mas sim, o direito à vida, pois a cada 5 cinco minutos uma mulher é vítima de violência em nosso país, queremos sim, um país sem violência contra a mulher e que nossas vidas sejam respeitadas e garantidas como o direito de nascer e viver sem violência.

 

O Brasil é um dos países onde maioria da população é composta por mulheres, mas isto, infelizmente, não reflete nos espaços políticos e de poder, uma grande contradição nesta história. Tendo em visto que, a herança maldita do patriarcado que muitas de nós somos vítimas e ainda reproduzimos isto com certa naturalidade.

 

Portanto, precisamos nos engajar cada vez mais na luta pelos nossos direitos, porque a luta é de todas nós, queremos mais mulheres nos espaços de poder, de decisão e na política, continuaremos firmes na luta, como Rosa Luxemburgo nos inspira, “por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.

 

 

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