O discurso político que o Brasil está tão acostumado a ouvir sempre passa pela injustiça social. A mesmice do discurso está em sempre focar o mesmo tema: desigualdade econômica. É uma retórica fácil porque o nosso País demorou a desconcentrar o desenvolvimento econômico. A nossa região é um exemplo, porque somente passou a ser responsável pelo próprio progresso pouco mais de vinte anos.
Como não podia deixar de ser, o nosso estado também adotou o conformismo da retórica da desigualdade econômica que explicava tudo: desde doenças simples até a violência. A violência ainda é tratada como uma consequência necessária do subdesenvolvimento. O discurso político conformista dizia que a violência somente seria resolvida, quando a situação econômica do povo se resolvesse.
Com um discurso bonito e pronto, os governantes deixaram de investir na segurança pública, para dedicarem tempo e dinheiro em programas sociais de renda. A nossa população ficou abandonada à própria sorte com a insegurança crescendo sem parar.
O discurso simplório da justiça social teve a capacidade de reduzir a ação do estado na questão da segurança. Hoje ela explodiu e o Brasil tem a marca de mais de 50 mil homicídios por ano. Um recorde; superior a países em guerra civil.
Como os governos não constroem penitenciárias, o poder judiciário não tem como aplicar a lei e muitos mandados de prisão não são cumpridos por falta de vagas nos presídios. Precisamos evoluir o discurso social e destacarmos que os Estados historicamente foram criados para dar segurança a todos e não deixar o homem virar o lobo do homem.
Se a justiça já não tem condições de prender aqueles que cometem crimes, como as pessoas podem ter tranquilidade para trabalhar e progredir na vida?
Se acreditamos que a pena também tem uma finalidade de recuperar aqueles que cometem crimes, precisamos melhorar e muito nosso sistema prisional, pois ao contrário de ressocializar está oferecendo pós-graduação, mestrado e doutorado, aperfeiçoando o crime.
Hoje, uma das campanhas do Ministério da Saúde, inclusive na televisão, é a obesidade infantil. Podemos então entender que o nível de pobreza não é mais tão cruel. Entretanto, a mesma televisão não tem outro assunto, que não seja a morte de alguém por violência.
O discurso político precisa mudar. O discurso deve mostrar que, sem a ação do estado, o homem volta a ser lobo do homem. O discurso político deve ser simples como o de Washington Luiz, que dizia que governar é abrir estradas. Hoje, o discurso do político consciente da realidade deveria ser: Governar é dar segurança aos cidadãos.
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