Ninguém acorda bem humorado todos os dias, muito menos com cabelo arrumado e somente em dias lindos.
No fundo, sabemos que as redes não demonstram a verdade completa, até aí tudo bem. Mas daí mostrar a vida como se fosse uma viagem constante para as Maldivias é demais.
Isso tem nos tornado mestres dos disfarces.
A realidade por trás destes perfis que se apresentam vivendo a vida dos sonhos, o corpo sempre perfeito, o lar impecável e o trabalho que sempre sonhou é o jeito mais autêntico de hypar através do algoritmo da trapaça.
Mas algo tem se tornado o intenso novo normal, que é aceitarmos um estilo de vida falso, gerando um sentimento de inadequação, a verdadeira perseguição pela vida perfeita bonita de se olhar e impossível de acessar.
A verdade escancarada é que o Instagram tem promovido a necessidade insalubre de validação, como se nossas relações com as pessoas, o mundo e conosco fossem determinadas pelo número de curtidas e comentários.
Este problema não torna a rede ruim, afinal, ela é apenas uma ferramenta cujo impacto depende de como a usamos, se defendendo das armadilhas que podem afetar nossa autoestima ou realidade.
Ante ao dilema em usar as redes e ser alcançado por este gerador de psicopatologias eu receito uma remédio fundamental chamada FACHADA, aquela reunião de pessoas que começam a contar sobre as experiências de viagem e sem perceberem estão delirando ao citar lugares inexistentes. Adultos que se tornam típicos alunos das series iniciais do ensino fundamental que inventam viagens em suas redações ao retornarem das férias.
Jamais se esqueça que somos muito mais que um perfil no Instagram, sendo essencialmente imperfeitos, complexos e reais. Ao invés de buscar a foto perfeita, busque o momento perfeito que gera uma experiência única.
Enfim, a conclusão é que, independente do mundo on ou offline, a verdade jamais permitirá filtros.
Alex Monteiro, professor, advogado, empreendedor e palestrante. Fundador da NonStop, maior agência de influenciadores da América Latina e outros negócios na Creator Economy.
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