Aparelho celular em sala de aula, um desafio!

Em artigo de opinião, o professor comenta a nova realidade das salas de aula com o uso de aparelhos eletrônicos

Uma pesquisa realizada em mais de 20 Países, fez com que a UNESCO elaborasse um roteiro em forma de cartilha para transformar celulares, tabletes e smartphones em ferramentas pedagógicas, colocando em rota de colisão opiniões de especialistas, juristas, alunos e pais. A justificativa da UNESCO foi que a tecnologia aliada aos conteúdos escolares, facilita a aprendizagem em todos os níveis da educação.

 

No Brasil, alguns estados proíbem o uso dos aparelhos em sala de aula, através de lei estadual e municipal. No Rio de Janeiro, por exemplo, Há 7 anos é proibido e tem o apoio das escolas, tanto da rede publica quanto particular. Na Bahia um Juiz determinou a proibição do uso dos aparelhos em sala de aula, mas às escolas têm um importante instrumento de regulação de deveres, direitos, proibições e sanções, o regimento interno. Através dele podemos criar uma cultura de procedimentos pedagógicos, facilitando a relação escola, família e aluno.

 

Na rede municipal de Palmas, a ETI – Vinicius de Moraes com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e atenta ao debate, elaborou o regimento interno, onde o uso dos aparelhos é proibido, salvo com autorização ou contrato firmado entre professor e alunos. O documento foi apresentado à equipe escolar, aos pais e cada aluno tem o seu regimento, faz parte do seu material didático pedagógico. A orientação educacional estuda o documento constantemente para sensibilização e conscientização dos alunos, fazendo com que as reclamações quanto ao uso dos aparelhos diminuíssem. Outro fator foi que a professora de informática defensora da tecnologia como ferramenta pedagógica, elaborou um projeto fazendo com que os alunos aprendam a desenvolver blogs, utilizar de forma correta as redes sociais, e seus perigos. Metodologia que agradou os alunos e que também contribuiu para reeducação quanto ao uso dos aparelhos na escola.

 

Para reflexão, acredito que uma criança só deve ter aparelhos eletrônicos após 10 anos, não vejo a necessidade de substituir na infância suas brincadeiras tradicionais pelo mundo eletrônico. Alguns pais defendem o uso por seus filhos, com a justificativa de comunicar. Acontece que a escola tem telefone, os pais podem ligar e devem frequentar a escola para acompanhar o desenvolvimento escolar do seu filho, uma forma conjunta de educar, pois quem trabalha no ambiente escolar, comprova que os aparelhos eletrônicos tiram a concentração, o foco dos alunos, prejudicando o seu desenvolvimento. Por outro lado, a evolução tecnológica e a escola, precisam convergir para que este ambiente não torne um mundo apenas virtual, onde pessoas uma do lado da outra perdem a essência do convívio social no mundo real.

 

Professores precisam compreender esse processo como algo vital para o futuro dos nossos alunos, pois a maquina de datilografia ficou para trás, hoje é apenas um fato histórico, assim como tanto outros. Portanto não existe uma receita do que é certo ou errado na educação, o que pode ou não pode, cada escola no seu contexto cultural encontrará o melhor procedimento pedagógico à cada inovação tecnológica que por ventura apareça. Essa é a magia de ser professor!

 

Professor, Luciano Coelho de Oliveira – Pedagogo, Orientador Educacional, da ETI – Vinicius de Moraes.

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