Repercutiu muito mal a notícia de uma lei de subsídios para a exploração do pré-sal durante a COP23. O Governo Brasileiro está propondo uma lei que dará subsídios para a exploração do petróleo no pré-sal, um montante em torno de 300 bilhões de dólares. Vamos pensar um pouco sobre isto por um minuto. Isto e aproximadamente o valor da Torre Eiffel ou seis vezes a torre de Londres, basicamente é um valor absurdo em termos financeiros, representa 360 vezes todo o recurso mundial anual que suporta as questões de clima, desastre e resiliência, financiado para as pequenas nações dos países ilhas, para destacar como pequenos são os recursos para apoio ao desenvolvimento, comparado com o massivo subsídio aos combustíveis fosseis. Brasil, o grande gigante da América do Sul, a terra dos combustíveis sustentáveis, e orgulhoso de ter uma mistura de energia de baixo carbono na sua matriz energética, e a mais nova vítima da febre do petróleo.
Uma lei emergencial foi enviada pelo presidente Michel Temer para ser votada nas próximas semanas, abrindo o país para uma exploração de petróleo sem precedentes. Dando às empresas petrolíferas um pacote de benefícios fiscais que pode chegar a 300 trilhões de dólares nos próximos 25 anos. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, José Sarney Filho, chamou a medida de inaceitável. Mesmo um presidente impopular, com 3% de aceitação, propõe uma lei como esta, repercutindo de forma muito perversa e prejudicando a posição do Brasil junto às negociações da COP23. O que é popular no Brasil são as questões relacionadas à mudança climática: 84% dos brasileiros, segundo pesquisas Ibope e Datafolha, acham que o governo não está fazendo o necessário para combater as questões relacionadas à mudança climática.
O prêmio fóssil do dia é dado ao país que pior atuou durante as negociações em um determinado dia ou gerou ações e repercussões que podem prejudicar a integridade do acordo de Paris.
Divaldo Rezende é Engenheiro Agrônomo graduado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA, 1986), Mestre em Politicas Ambientais e Recursos Rurais pela Universidade de Londres- (Wye College, 1996) e Doutor em Biologia pela Universidade de Aveiro- Portugal (2009), onde fez também o seu pos doc Em Ativos Ambientais Atualmente é Vice presidente e Diretor Executivo do Instituto EcologicaI www.ecologica.org.br, coordena as atividades da área de estratégia e soluções bem como dirige as diversas atividades as demais áreas de atuação do Instituto.
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