Assunto que acalorou a disputa presidencial no ano de 2018, apelidado de ideologia de gênero e kit gay, a discussão sobre gênero voltou a ser o assunto das redes sociais nesta semana, após algumas declarações da ministra do governo Bolsonaro, Damares Alves. Na quarta-feira, 2, segundo dia do governo Jair Bolsonaro, circulou nas redes sociais um vídeo feito após a posse, no qual a ministra afirmava que o Brasil estava entrando em uma nova era, em que "menino veste azul e menina veste rosa". A declaração gerou críticas, memes e mobilização: muita gente, incluindo famosos, fez questão de vestir a si e aos filhos ao contrário do proposto por Damares. Após repercussão negativa, a ministra afirmou que havia apenas usado uma metáfora.
As declarações colocaram novamente o debate sobre gênero na ponta dos dedos dos usuários do Facebook, Twitter e outras redes sociais; exatamente isso, todos estavam debatendo e discutido sobre gênero mesmo sem saber do que se trata o assunto e isso ocorreu pela grande distorção do que as FAKE NEWS fizeram durante a campanha eleitoral e do que a bancada evangélica vem fazendo no Congresso Nacional, tratando um assunto tão importante, levando para o lado pessoal, rechaçando e desmoralizando os movimentos sociais e os partidos de esquerda.
As FAKE NEWS trouxeram ao público que o debate de gênero, ou ideologia de gênero e "kit gay", como eles chamam, só serve para ensinar as crianças a fazerem sexo e até mesmo a serem homossexuais, quando na verdade o debate serve e tem a função de salvar vidas, debatendo o respeito pelas diferenças e ressaltando que todos são iguais. Debate importantíssimo e fundamental, principalmente em um país como o Brasil, que é o que mais mata LGBTs no mundo. Debatendo sobre o machismo, sobre a emancipação das mulheres, direitos iguais entre homens e mulheres, a igualdade salarial, que as mulheres não nasceram para ser donas de casa, que não são propriedades dos seus parceiros e outros pontos, também são debates fundamentais, já que o Brasil é o quinto maior no número de casos de feminicídio. Debate sobre abuso infantil e outros. Neste caso, debate sobre as cores, que menino não deixa de ser menino por usar ou gostar de rosa e menina não deixa de ser menina por usar ou gostar de azul.
Cor não tem gênero, senhora ministra.
Patrick Sousa é estudante de Gestão Pública no IFTO, em Palmas, e militante do movimento estudantil. Ele também é secretário de organização da UJS e membro da direção estadual do PCdoB.
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